”Quero que minha segunda filha também seja brasileira”, diz palestino resgatado de Gaza
Sem falar português e sem familiares no Brasil, Abdou e a família fazem parte do grupo de 14 resgatados abrigados em um alojamento para refugiados, no interior de São Paulo
Ailyn Abdou, de apenas 9 meses, foi a brasileira mais jovem a ser repatriada da Faixa de Gaza na segunda-feira (13). Graças a ela, o pai Ramadan Abdou, de 29 anos, e a mãe Reem Rabee, de 25 anos, que está grávida de cinco meses, conseguiram embarcar para o Brasil.
“Ailyn nasceu no Brasil. Eu queria que meu próximo filho também fosse brasileiro”, disse Abdou à CNN.
Sem falar português e sem familiares no Brasil, Abdou e a família fazem parte do grupo de 14 resgatados abrigados em um alojamento para refugiados, no interior de São Paulo.
Fã da seleção brasileira, Abdou disse que sempre gostou do Brasil. Ele e a mulher chegaram ao país em novembro de 2022 como turistas. A filha nasceu três meses depois. Em julho, com a dificuldade de pagar aluguel e manter os custos com filha pequena, a família decidiu retornar à Gaza. Mas o Brasil nunca ficou para trás.
“Escolhi o Brasil porque é o país mais próximo do meu coração desde a infância, sempre torci pela seleção brasileira. O Brasil é um país de apoio e simpatia. Sempre vi como meu país”, disse Abdou.
Na Base Aérea de Brasília, onde a família passou duas noites, a menina Ailyn e a mãe Reem receberam atendimento médico. Foi durante o exame de ultrassonografia realizado aqui que a família descobriu que tem uma menina a caminho.
“Eu tinha medo do meu bebê nascer em Gaza. Eu queria voltar ao Brasil e que meu segundo filho nascesse aqui também. Vou aprender o português e apresentar os documentos para conseguir minha cidadania.”