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    Quem não quis enfrentar a polícia foi preso, diz delegado sobre Jacarezinho

    Para Rodrigo Oliveira, subsecretário da Polícia Civil, único executado na operação foi o policial André Frias

    Gregory Prudenciano, da CNN, em São Paulo

    Em entrevista exclusiva à CNN neste domingo (9), o delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil do Rio de Janeiro, afirmou que os mortos na operação no morro do Jacarezinho foram aqueles que tentaram enfrentar a polícia e, por isso, acabaram morrendo no confronto.

    “Dessa investigação específica, três elementos foram presos e três vieram a falecer no confronto. Isso é a prova cabal de que aqueles que não quiseram enfrentar [a polícia] foram presos, e aqueles que de alguma forma tentaram enfrentar o estado e a Polícia Civil, vieram a falecer”, afirmou Oliveira.

    O delegado defendeu a operação, que resultou em 28 mortes, sendo uma delas a do policial André Frias — as outras 27 são de pessoas que, segundo a polícia, são suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas.

    Para Oliveira, o discurso que destaca a letalidade policial na operação é “leviano” e só se pode falar em execução no caso de Frias. A operação aconteceu na quinta-feira (6).

    “O fato é que a polícia se fez presente. Todos eles [os mortos] têm antecedentes criminais, se se pensa em falar em execução neste contexto, o único executado nessa operação foi o policial civil, que tão logo desembarcou do blindado, foi alvejado na cabeça por força das próprias barricadas que o tráfico fez”, argumentou o delegado, que ressaltou: “a única execução que existe nessa operação é a do policial civil, todos os demais que vieram a falecer foram em confronto, e aqueles que preferiram se render foram presos”.

    No entanto, Rodrigo Oliveira reconheceu que não se pode dizer que a operação foi “bem-sucedida” por conta da grande quantidade de vítimas fatais.

    “Pode haver milhões de hipóteses, quando a gente chega no terreno, a coisa é diferente. Ela [a operação] foi feita da forma que tinha que ser feita”, disse.

    O delegado afirmou que a operação foi fruto de uma investigação de 10 meses e que contou com o apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro e também do Judiciário, já que os policiais subiram o morro para cumprir 21 mandados de prisão. “Foram expedidos os mandados e a gente fez a diligência”, sintetizou.

    Dos 21 mandados de prisão expedidos, só três foram cumpridos. Outros três foram mortos na operação e 15 suspeitos ainda estão foragidos. Ainda assim, Oliveira argumenta que todos os outros mortos na operação tinham antecedentes criminais ou já eram investigados pela polícia do Rio.

    Questionado sobre as críticas à letalidade policial da operação e da polícia fluminense como um todo, Rodrigo Oliveira disse que estão sendo feitas acusações levianas motivadas por “má intenção”.

    Oliveira afirmou que os confrontos acontecem de maneira praticamente individualizada, e que cada policial “não tem noção do que está acontecendo nas outras localidades”, seja a 500 metros ou a dois metros de onde está o agente. “Os confrontos se passaram em mais de 10 localidades diferentes”, argumentou.

    Durante a operação, dois passageiros que estavam dentro de um vagão do metrô carioca foram atingidos por balas perdidas. Segundo Oliveira, está claro que foram os suspeitos que atiraram contra o vagão na tentativa de afetar a imagem da polícia.

    Rodrigo Oliveira, subsecretário da Polícia Civil do RJ (09.Mai.2021)
    Rodrigo Oliveira, subsecretário da Polícia Civil do RJ (09.Mai.2021)
    Foto: Reprodução/CNN