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    Quem é a médica defensora da hidroxicloroquina que se reuniu com Bolsonaro

    Oncologista e imunologista, Nise Yamaguchi é parte do gabinete de crise de combate ao coronavírus e foi vista nesta sexta (15) em evento no Planalto

    da CNN, em São Paulo

    Oncologista e imunologista, Nise Yamaguchi tem ganhado destaque no governo por seu apoio ao uso da hidroxicloroquina, remédio defendido por Jair Bolsonaro contra o coronavírus.

    Os rumores em torno de seu nome tomaram mais força nesta sexta-feira (15) depois que Yamaguchi foi vista no evento de lançamento da campanha de prevenção à violência doméstica no Palácio da Planalto, em meio à notícia da exoneração do atual ministro da Saúde, Nelson Teich. 

    Yamaguchi era uma das opções cotadas para assumir o cargo em abril, após a demissão de Luiz Henrique Mandetta no dia 15. Pouco mais de uma semana antes, no dia 6, ela se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em um almoço e foi convidada a integrar o gabinete de crise de combate ao coronavírus.

    A médica ficou conhecida por sua defesa pública da polêmica hidroxicloroquina, usada no tratamento da malária e do lúpus, e que tem sido testada em pacientes com a COVID-19. No entanto, até o momento, nenhum medicamento tem eficácia comprovada contra a doença.

    Em entrevista à CNN também em abril, Yamaguchi defendeu o tratamento com o fármaco, disse ser favorável ao distanciamento social mas negou ter sido convidada para o Ministério da Saúde.

    De acordo com Caio Junqueira, colunista da CNN, a missão dada à médica foi reunir toda a produção científica sobre a cloroquina no Brasil e no mundo e liderar um processo de flexibilização da legislação sobre cloroquina de modo que facilite sua prescrição sobre pacientes. Essa ampliação do uso dependeria de uma norma editada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

    Bolsonaro já apoiou o uso da substância em pacientes com o vírus em inúmeras ocasiões e anunciou que laboratórios das Forças Armadas estão produzindo o remédio para reforçar os estoques.

    O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, adotava uma postura cética sobre o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com a COVID-19 e a opinião também reticente de Teich, diante da falta de estatísticas expressivas sobre os benefícios da substância, também teriam favorecido sua saída do cargo. 

    “A tese é boa? É boa. Mas primeiro convença seus pares técnicos e aí vamos fazer pela ciência. Ci-ên-cia. Ciência, disciplina, planejamento, foco”, disse Mandetta no dia 6 de abril, simultaneamente ao almoço de Bolsonaro com Yamaguchi.

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    A médica trabalha no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Em entrevista, recomendou o uso da hidroxicloroquina associada ao zinco e à azitromicina, um antibiótico indicado em infecções respiratórias. “[Os médicos] têm obrigação de usar, mesmo de forma preliminar, com o maior controle possível, as medicações que estão disponíveis”, disse Yamaguchi.

    À CNN, ela também afirmou que a medicação é mais efetiva quando usada no início da infecção.

    A profissional também é defensora do chamado isolamento vertical, em que só os indivíduos nos grupos de risco da doença se resguardariam. A estratégia é apoiada por Bolsonaro, mas vai contra o isolamento amplo recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e adotado na maioria dos estados brasileiros.

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