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    Quase 80% das vítimas graves do trânsito são pedestres, ciclistas ou motociclistas, diz pesquisa

    Entre 2013 e 2022, grupo registrou metade de todos os registros de óbitos a cada ano

    Levi Bianco/GettyImages

    Guilherme Gamada CNN

    São Paulo

    Dados do Ministério da Saúde mostram que mais de 260 mil internações hospitalares foram registradas no ano passado na rede pública por sinistros de trânsito. O levantamento da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) aponta que 76% desses casos envolveram pedestres, ciclistas e motociclistas.

    Desde 2014, mais de 2,2 milhões de atendimentos foram realizados no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento de pessoas envolvidas em sinistros graves de trânsito. E, ao longo dos anos, os casos com grupo mais exposto nas ruas cresceram:

    • Pedestres: apesar de uma queda inicial até 2020, as internações voltaram a crescer, com pico de 39.125 em 2023.
    • Ciclistas: crescimento constante ao longo da última década, de 9.238 em 2014 para 15.573 em 2023.
    • Motociclistas: aumento contínuo ao longo da série e o grupo mais afetado. Apenas em 2023, foram mais de 141,7 mil internações.

    “Os dados destacam a urgência de medidas preventivas focadas na educação e infraestrutura de trânsito que protejam especialmente esses usuários mais expostos”, pondera o presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior.

    Fatalidade do trânsito

    Entre 2013 e 2022, pedestres, ciclistas e motociclistas são os grupos com maior casos de mortes. Segundo a pesquisa, apesar de uma tendência geral de declínio nos óbitos relacionados ao trânsito, esses grupos continuam a enfrentar riscos desproporcionais: metade de todos os registros de óbitos a cada ano.

    Os pedestres, historicamente os mais afetados, registraram a redução nos óbitos de 8.220 em 2013 para 5.387, em 2022. Já os ciclistas representam 1.300 mortes ao ano.

    “Os motociclistas, frequentemente no topo da lista de fatalidades no trânsito, mostram uma estabilidade nos números com uma ligeira redução nos óbitos. Em 2022, foram registradas 12 mil mortes, indicando a crítica necessidade de estratégias específicas, incluindo fiscalização, uso de equipamentos de proteção obrigatórios e respeito às normas de trânsito”, aponta a pesquisa.

    Os dados ainda apontam que cerca de 80% das internações e dos óbitos em acidentes de trânsito envolvem homens. A diferença entre os gêneros é explicada por fatores comportamentais como tendencia às altas velocidades e consumo de álcool.