Qualidade do ar na cidade de São Paulo piora após flexibilização das atividades
Na capital paulista, a previsão é de máximas acima de 30°C nos próximos dias e umidade abaixo de 30%, o que prejudica ainda mais a qualidade do ar
Na comparação com os dois primeiros meses da quarentena, a qualidade do ar na cidade de São Paulo registrou piora após a flexibilização das atividades. Os dados são da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
Em abril, a capital paulista teve queda de 30% na poluição e todas as 26 estações de monitoramento da Cetesb indicavam que a qualidade do ar era boa.
Com o tempo seco e o aumento de carros nas ruas, a maioria das estações aponta que a qualidade atual é moderada ou ruim.
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Quando a qualidade é moderada, os grupos sensíveis – como idosos, crianças e pessoas com problemas respiratórios – podem apresentar sintomas como tosse seca e cansaço. No nível de qualidade ruim, esses sinais podem afetar toda a população.
Na capital paulista, a previsão é de máximas acima de 30°C nos próximos dias e umidade abaixo de 30%, o que prejudica ainda mais a qualidade do ar e aumenta as dificuldades para quem tem problemas respiratórios.
Mudanças em longo prazo
Ainda em junho, a ambientalista Fabiana Alves, especialista em clima e energia do Greenpeace Brasil, avaliou, em entrevista à CNN, que a diminuição nos níveis de poluição durante a quarentena poderia não significar uma melhora do ponto de vista ambiental para o Brasil.
Os motivos, segundo ela, são que o desmatamento segue em alta e a retomada das atividades, que, feita da mesma forma de antes, levaria ao aumento natural da poluição – o que se comprova nos dados atuais da Cetesb.
Por causa deste cenário, a especialista destacou a necessidade de mudanças longo prazo. “A poluição nos grandes centros diminuiu devido à quarentena, porém precisamos de mudança que sejam de longo prazo, e isso só vai ser possível com transporte público adequado e diminuição do uso do transporte individual”, exemplificou.
(Edição: Sinara Peixoto)