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    Profissionais de saúde no RJ relatam desperdício de seis doses de vacina por dia

    Trabalhadores ouvidos pela CNN afirmam que a procura de profissionais de saúde com mais de 75 anos e idosos de até 92 tem sido baixa nos locais

    Pessoas fazem fila atrás de 'sobras' de vacina, no Rio de Janeiro
    Pessoas fazem fila atrás de 'sobras' de vacina, no Rio de Janeiro Foto: Pedro Duran/CNN

    Lucas Janone, da CNN, no Rio de Janeiro

    Profissionais de saúde do município do Rio de Janeiro relataram à CNN, nesta quinta-feira (4), que os pontos de vacinação na capital fluminense estão desperdiçando, em média, de quatro a seis doses do imunizante de Oxford por dia. O relato ocorre num momento de grande mobilização da prefeitura da cidade por mais vacinas para a população. 

    Os trabalhadores ouvidos pela CNN afirmam que a procura de profissionais de saúde com mais de 75 anos e idosos de até 92 tem sido baixa nesses locais, e por isso diversas doses são jogadas fora. Depois de aberto, o frasco da vacina tem apenas seis horas de validade.

    “Acho que os idosos estão com certo receio de ir aos pontos de vacinação ainda. No meu último plantão, apenas uma pessoa foi se vacinar. Em outro, só dois foram imunizados. É muito pouco e isso gera o desperdício”, disse um funcionário de uma Clínica da Família, localizado na zona oeste da capital.

     

    Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (4), Soranz disse que recebe várias denúncias anônimas sobre descartes. Entretanto, ele afirmou que a maioria não procede. “A regra é muito clara. Todos os profissionais de saúde sabem: não descartar vacina. Então, sempre abrir no final do dia frascos unidoses, não abrir frascos de dez doses no final do dia”, destacou o secretário de saúde.

    A CNN flagrou também que seis doses da vacina de Oxford seriam descartadas no Centro Municipal de Saúde João Barros Barreto, em Copacabana, zona sul, mas foram aplicadas em pessoas que aguardavam na fila conhecida como “xepa da vacina”. 

    “O secretário de saúde [Daniel Soranz] até falou que as doses que sobrassem no frasco poderiam ser aplicadas em pessoas fora do calendário para evitar desperdício, mas na prática é diferente. Normalmente não tem ninguém na porta do hospital”, disse um funcionário do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB).

    O que diz a prefeitura:

    Conforme já informado, a orientação em nota técnica da Secretaria Municipal de Saúde para as unidades é para que, próximo ao fim da tarde, sejam usadas as vacinas cujos frascos contenham apenas uma dose, como é o caso da CoronaVac. Na hipótese de ter haver frasco da Oxford/AstraZeneca aberto, as doses remanescentes devem ser direcionadas a pessoas que façam parte de algum dos demais grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde.