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    Professor vê ‘subcultura de violência’ em ações policiais e defende protocolo

    Rafael Alcadipani apontou excesso na abordagem de PMs a jovem em Carapicuíba

    Rafael Alcadipani, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro do Fórum de Segurança Pública, afirmou em entrevista à CNN que a abordagem policial que sufocou um jovem em Carapicuíba, na Grande São Paulo, teve excesso por parte dos agentes e defendeu que as abordagens devem se limitar ao protocolo da corporação.

    “É mais um caso extremamente lamentável, de uma abordagem, que no mínimo é questionável – tanto é que os policiais foram afastados. Infelizmente a Polícia Militar tem uma subcultura de violência e do policial resolver a questão ‘com as próprias mãos’. A literatura já fala disso e é chamado de ‘cultura ou justiça de rua’. Mas infelizmente em São Paulo e no Brasil parece que isso está fora do controle. É muito importante que esses policiais sejam treinados e que haja punições para que este comportamento não se repita”, acrescentou.

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    Para o especialista, a maneira correta de se realizar uma abordagem deve ser pautada pelo protocolo policial da corporação.

    “Sem dúvida nenhuma, se a polícia pedir para você parar, é obrigatório. Mas a polícia também pode enfrentar situações que fogem do seu controle. Neste caso, o que tem que ser feito é o uso progressivo da força, conforme diz o protocolo operacional padrão da polícia. Neste caso em específico você tem três policiais e um jovem que parece não demonstrar nenhum tipo de reação. O que temos que insistir muito é fazer com que estes policiais sigam o protocolo a partir do treinamento constante – o que, muitas vezes, não acontecesse entre os agentes por falta de tempo para realizar os treinos”, explicou.

    Alcadipani avaliou que as técnicas de imobilização utilizadas pelos policiais no caso de Gabriel. “Me parece que há um exagero no uso destas técnicas e o que diz o protocolo é que o policial tem que agir até que cesse a ameaça, isso não significa realizar a ação até a pessoa desmaiar. Ou seja, houve um abuso que não deve ser aceitado”, finalizou

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