Probabilidade de ataques de tubarão é baixa, mas devemos vigiar, diz oceanógrafo

Apesar de dois ataques de tubarão neste mês em Ubatuba, no litoral de São Paulo, o presidente do Instituto Argonauta e diretor do Aquário de Ubatuba, Hugo Gallo Neto, afirma que a probabilidade de banhistas sofrerem ataques do tipo é baixa, mas que é necessário manter a vigilância.

“Temos histórico de 30 anos sem esse tipo de ocorrência. Estatisticamente, é baixíssima a probabilidade [de ocorrer um ataque de tubarão] diferentemente de Recife”, disse Gallo Neto, que também é oceanógrafo.

Segundo ele, os ataques ocorreram durante os últimos feriados e, portanto, muitos turistas e moradores da região estavam no mar. E algumas espécies de tubarão estavam mais próximas da costa em busca de alimentos.

“Esses dois acidentes aconteceram nos feriados quando tinha muita gente dentro da água. Temos que observar e manter a vigilância, mas não deve se gerar pânico até porque a probabilidade é baixa”, completou.

Outro fator levantado pelo oceanógrafo é a mudança do clima na região no mês de outubro. “A gente teve uma mudança no clima, choveram 23 dias em Ubatuba e algumas espécies de tubarão estão mais próximas da costa. [Os ataques] podem ter sido uma combinação desses fatores”.

Sobre o ataque ao turista francês no início deste mês, Gallo Neto ressaltou que o homem nadava em águas turvas e próximo a um cardume de peixes.

“O ser humano não faz parte da dieta dos tubarões (…) O que aconteceu com o francês foi que o animal chegou perto, mordeu e soltou. Os dois casos tem essa semelhança. Já a senhora de 79 anos foi atacada por um animal maior. O animal deu a mordida e soltou.”