Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Priscila Cruz, do Todos pela Educação: ‘Quem vai à praia atrasa volta às aulas’

    Em entrevista à CNN, Priscila Cruz reforçou que controle à pandemia é a prioridade e disse que o processo de retomada precisa olhar para as desigualdades

    Manuela Tecchio, da CNN, em São Paulo

     

    O comportamento da população neste momento de retomada pode atrasar a volta às aulas, de acordo com a cofundadora e presidente-executiva do Todos Pela Educação.

    Neste feriado, brasileiros lotaram praias e bares, sem respeitar regras de distanciamento social e nem a obrigatoriedade do uso de máscaras.

    Em entrevista à CNN, nesta segunda (7), Priscila Cruz criticou também a postura de governantes, que decidiram abrir outros setores da economia antes das escolas. 

    “Temos um presidente da República que é negacionista e isso atrasa controle da pandemia. Fizemos a escolha de abrir outros setores da economia antes de outros que são mais essenciais. Quando olhamos para países desenvolvidos lá fora, também houve tentativa e erro, mas sempre com a priorização da educação”, disse.

    Leia também:
    Efeito da pandemia na educação será ‘brutal’ para mais pobres, diz Priscila Cruz

    Todos pela Educação
    A cofundadora e presidente-executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, em entrevista à CNN
    Foto: CNN Brasil

    Esse “mau exemplo”, segundo ela, é refletido no comportamento da população, o que pode atrasar a volta às aulas presenciais, caso a curva de contaminação volte a subir.

    “É preciso o controle da pandemia. Todo mundo que vai à praia e ao shopping ajuda a atrasar esse retorno às escolas. A população tem um papel muito grande nesse processo, e as autoridades, que dão mau exemplo, também.”

    Em relação às declarações do ex-secretário nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, que afirmou que “é inadmissível esperar por uma vacina para retomar os estudos”, Cruz voltou a questionar as escolhas de governantes com relação às prioridades.

    “É óbvio que existe risco [na volta às aulas]. As famílias e os profissionais precisam se sentir seguros. A vida e a saúde têm que vir em primeiro lugar, mas, se a educação é uma prioridade, que medidas vamos tomar? Quais vão ser os primeiros a serem vacinados? Como será a testagem? Quais serão os protocolos?”, questionou.

    Já ao repercutir a fala do secretário da Educação do estado de São Paulo, Rossieli Soares, em entrevista concedida à CNN no domingo (6), Priscila concordou com a postura de retomar as atividades presenciais aos poucos e chamou novamente a atenção para a desigualdade social que existe entre alunos. 

    “O secretário está certíssimo. Em nenhum lugar do mundo a escola reabriu do dia para a noite. Tem que ser um processo lento que olhe para as particularidades de cada lugar. É preciso reinar esse empirismo no retorno”, disse.

    A cofundadora do Todos pela Educação concordou também com a postura do Conselho Nacional de Educação (CNE) ao recomendar que escolas evitem reprovar alunos neste ano.

    “Não faz sentido a gente falar em reprovação, porque temos uma situação muito desigual no país. Alguns alunos não conseguiram ter acesso apropriado à aprendizagem, às aulas remotas, nem aos aparelhos, à conectividade. Nenhuma rede estava preparada para isso. Será um período longo de recuperação, para não deixar ninguém para trás.”

    Tópicos