Presidente da Funarte interdita prédio da autarquia no Rio por danos estruturais
Unidade abriga mais de um milhão de itens dos acervos de três fundações extintas nos anos 1990
Dono de um dos maiores acervos de teatro da América Latina, o Centro de Documentação e Pesquisa da Instituição (Cedoc) da Fundação Nacional de Artes (Funarte), no Centro do Rio, foi interditado nesta quinta-feira (19) por graves problemas estruturais.
O presidente da fundação, Tamoio Athayde Marcondes, elaborou uma portaria, publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (19), na qual detalha as condições físicas atuais e o risco a integridade do acervo e das pessoas que trabalham no local. A interdição é por tempo indeterminado.
O acervo da unidade abriga mais de um milhão de itens sobre música, circo e artes visuais desde 1930. O Cedoc da Funarte é o setor responsável pela organização, preservação, acesso e difusão do acervo documental. O órgão é composto dos acervos das bibliotecas de três fundações de caráter nacional extintas em 1990, e abriga a maior coleção de teatro da América Latina. São mais de 60 mil livros e 3,5 mil títulos de periódicos brasileiros e estrangeiros.
Além da antiga Fundação Nacional de Arte, que deu origem à atual Funarte, estão as coleções da Fundação Nacional de Artes Cênicas (Fundacen) e a Fundação do Cinema Brasileiro (FCB). Em 2008, foram detectados problemas na parte elétrica, com risco de incêndio e problemas na estrutura por sobrepeso que pode colocar em a construção de 13 andares, situada na Rua São José.
Além do Centro de Documentação, a Funarte também administra, na cidade, o Teatro Duse, em Santa Teresa, Zona Sul do Rio, o Centro Técnico de Artes Cênicas, o Mezanino do Palácio Gustavo Capanema, a Sala Sidney Miller, o Teatro Glauce Rocha e o Teatro Dulcina, todos no Centro.
A fundação administra também o Centro Cultural Aldeia de Arcozelo, em Paty do Alferes, na região Sul Fluminense. A unidade foi interditada em 2015, por recomendação do Ministério Público Federal (MPF), devido a risco de desabamento. O casarão histórico que ocupava, com 54 quartos e dois teatros, em uma área de 57 mil metros quadrados, teve as atividades suspensas e os servidores foram removidos para outros equipamentos ou unidades.
Em nota, a Funarte afirmou que analisa a possibilidade de transferência do seu acervo para novas instalações. O Museu Casa da Moeda do Brasil, também no Centro do Rio, é uma das possibilidades por ser considerado um espaço seguro e estar desocupado.
