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    Pousada que pegou fogo em Porto Alegre tinha pacotes a partir de R$ 550 por mês

    Empresa tem 16 unidades espalhadas pela cidade, segundo o site oficial; pousada tinha contratos com a prefeitura para abrigar moradores em situação de rua

    Imagem interna da pousada que pegou fogo no centro de Porto Alegre (RS)
    Imagem interna da pousada que pegou fogo no centro de Porto Alegre (RS) Reprodução

    Fábio Munhozda CNN

    Em São Paulo

    A unidade da Pousada Garoa que pegou fogo no centro de Porto Alegre (RS) na madrugada desta sexta-feira (26) tinha pacotes mensais a partir de R$ 550. O incêndio deixou dez pessoas mortas.

    “Nosso foco é proporcionar locais baratos e bem localizados para solteiros que querem morar em Porto Alegre e economizar todo mês”, diz o site da pousada. O serviço funciona apenas para mensalistas. Ou seja, o local não trabalha com diárias.

    Os quartos são mobiliados com cama, colchão e armário. A cozinha e o banheiro são de uso compartilhado. “Não oferecemos roupa de cama, nem outros utensílios domésticos. Cada morador pode trazer a mobília que quiser para deixar o quarto mais completo”, informa o site da empresa.

    A pousada tem 16 unidades espalhadas pela cidade de Porto Alegre, informa a página da empresa na internet. As unidades funcionam em casas ou em prédios de pequeno porte –como é o da avenida Farrapos, que foi atingido pelo incêndio.

    Ainda de acordo com o site, os preços cobrados variam de R$ 550 a R$ 1.200 por mês, dependendo do tamanho, da estrutura e da localização. Na unidade que pegou fogo, o preço mensal era de R$ 550.

    Além de clientes pagantes, as pousadas também eram utilizadas por pessoas em situação de rua que são beneficiárias de programas sociais da prefeitura de Porto Alegre. A Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), que é vinculada à administração municipal, tem um contrato vigente no valor de R$ 2,7 milhões com a Pousada Garoa.

    Prédio onde funcionava a pousada que pegou fogo em Porto Alegre (RS)
    Prédio onde funcionava a pousada que pegou fogo em Porto Alegre (RS) / Reprodução/Google Street View

    O contrato, diz a prefeitura, visa garantir serviço de hospedagem “para o enfrentamento das consequências sociais causadas pela pandemia do novo coronavírus”. O público-alvo é formado pela “populações vulneráveis prioritariamente famílias, adultos e idosos em situação de rua e imigrantes do Município de Porto Alegre”.

    A quantidade estimada em contrato é de 450 vagas oferecidas mensalmente à prefeitura.

    Pela manhã, a Fasc afirmou que havia cerca de 30 pessoas no prédio no momento do incêndio, sendo que 16 eram moradores de rua contemplados pelo programa municipal. O prefeito Sebastião Melo (MDB) esteve no local do incêndio e disse que ainda não sabe se, entre os dez mortos, há algum dos beneficiários do programa.

    Desde novembro de 2020, foram sete contratos assinados entre a pousada e a prefeitura, totalizando R$ 9,1 milhões.