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    Por que aceitei mediar O Grande Debate

    Programa que marcou a estreia da CNN no Brasil em 2020 está de volta; reestreia acontece nesta quinta-feira (13), às 12h30

    A âncora da CNN Luciana Barreto
    A âncora da CNN Luciana Barreto CNN Brasil

    Luciana Barretoda CNN

    São Paulo

    Com o anúncio, vieram os burburinhos que sempre cercaram a atração. O Grande Debate chega com inovações, mas não perde o DNA de colocar frente a frente duas pessoas com visões de mundo diferentes.

    Imediatamente após o comunicado da CNN, minhas redes foram tomadas de perguntas do tipo: “Como você consegue?”, “Como aceita estar com este ou aquele debatedor?”.

    Neste pequeno texto, faço algumas ponderações. Mediar é algo que venho fazendo há meses na televisão – amigos e família ousam dizer que faço isso durante uma vida.

    Tenho “sangue frio” e equilíbrio para lidar com uma discussão mais acalorada.

    Tenho também paixão pelo contraditório e obsessão por voltarmos a um tempo em que conseguíamos conversar educadamente nos espaços públicos, ainda que discordando.

    Peço licença para compartilhar algo pessoal: lembro de estar ao lado do meu saudoso avô, na década de 1980, acompanhando com paixão as discussões entre políticos da estirpe de Leonel Brizola, Enéas Carneiro, Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso e o atual presidente Lula.

    Ficava maravilhada com a capacidade retórica que eles tinham. Existia calor e conflitos nas falas, mas também respeito, ironia e até uma pitada de bom humor.

    Sei que “ninguém pode entrar no mesmo rio duas vezes”, como ensinou o filósofo Heráclito.

    Os tempos são outros, as águas não são as mesmas. Isso vale tanto para nosso momento político quanto para O Grande Debate.

    Desde a estreia do programa no Brasil em 2020, nos abateu um cansaço das brigas que travamos nas redes, no trabalho e por vezes em nossas famílias.

    Ficamos mais atentos às notícias falsas. Lutamos pela democracia e pelas instituições brasileiras. Quem conhece meu trabalho sabe que não tenho tolerância com inverdades.

    Minhas observações são constantes para estarmos o mais próximo possível dos fatos, dados e números.

    Tenho ojeriza também ao discurso de ódio, que é, inclusive, minha especialização de mestrado.

    Durante os anos de pesquisa notei que os odiadores têm incutido em seus discursos o desejo de que seus alvos deixem de existir em alguns espaços.

    A perigosa ideia de eliminação circula entre nós! Se há algo que precisa acabar de verdade é justamente o desejo de aniquilar o outro. Quero contribuir com isso. Estarei lá e farei o meu melhor.

    Serviço: O Grande Debate

    • Segunda a sexta: 12h30
    • Estreia nesta quinta, 13 de abril
    • Com Caio Coppolla, Samantha Meyer, Vinicius Poit, José Eduardo Cardozo, Gabriela Araujo e Roberto Tardelli
    • Apresentação e mediação: Luciana Barreto