Policial que matou lutador em SP já foi condenado por agressão e desacato
Henrique Otávio Oliveira Velozo recebeu, em 2021, pena de nove meses de prisão em regime aberto; fato ocorreu em 2017
O policial militar que matou o octacampeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo neste final de semana em São Paulo já havia sido condenado, em 2021, por agressão e desacato a policiais após ter se envolvido em um desentendimento em uma casa noturna. O caso aconteceu em 2017.
Na ocasião, em 27 de outubro de 2017, Henrique Otávio Oliveira Velozo estava de folga na casa noturna “The Week”. Após ter se envolvido em uma briga, a PM foi acionada, por volta das 4h20.
De acordo com a sentença, ele estava “nervoso e exaltado, dificultando o trabalho dos militares”. Quando um dos agentes esticou o braço para mantê-lo à distância, Velozo desferiu um soco em seu braço e tentou acertá-lo no rosto.
Outro trecho da sentença destaca ainda que o PM estava “visivelmente alterado e apresentava odor alcoólico”. Ele estava comemorando, junto a um primo, o ingresso do familiar à Polícia Militar.
O policial teria tentado defender o primo de outras sete pessoas que tentavam agredi-lo. Todos foram expulsos da casa noturna, e, enquanto Velozo conversava com os seguranças do local, uma primeira viatura chegou. O soldado agredido estava em uma segunda viatura e era o encarregado da ocorrência.
Henrique Velozo foi acusado e condenado de “violência contra inferior” e “desacato a militar” por unanimidade no Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo (TJM-SP) a nove meses de prisão em regime aberto.
A defesa de Velozo não foi encontrada pela CNN para comentar o assunto.
Morte de Leandro Lo
A polícia de São Paulo investiga o assassinato do octacampeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, baleado na cabeça durante um show no final de semana. O lutador teve morte cerebral confirmada no domingo (7).
Segundo informações policiais, Lo teria se envolvido em uma discussão no Clube Sírio, na zona sul da capital paulista, na noite do último sábado (6). Em seguida, ele teria derrubado o policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, que o teria provocado. Velozo teria, então, saído do local e retornado atirando.
Além de efetuar os disparos, o policial ainda teria chutado o atleta duas vezes, quando já estava desacordado no chão, e deixado o local.
Henrique Velozo se apresentou à Corregedoria da Polícia Militar no domingo (7), sendo conduzido a uma delegacia para prestar depoimento. Ele deve cumprir prisão temporária de 30 dias no presídio Romão Gomes, em São Paulo.
Foi instaurado um inquérito interno para apuração administrativa da conduta do policial, assim como uma investigação de homicídio consumado.