Policiais da Operação Escudo se tornam réus por homicídio
Justiça aceitou denúncia do Ministério Público, que apontou que 2 policiais mudaram uma cena de crime
A Justiça de São Paulo aceitou denúncia do Ministério Público e tornou 2 policiais militares da Operação Escudo réus pelo crime de homicídio duplamente qualificado.
A Promotoria apontou que durante a Operação Escudo, no litoral paulista, houve mudança no local do crime.
Os agentes teriam plantado um colete balístico e uma pistola atribuída à vítima, e obstruído o acesso às imagens das câmeras instaladas nas fardas.
Os promotores alegam que os policiais não hesitaram em transportar os objetos que seriam “plantados” no local, tampouco em matar a vítima, mesmo que ausente qualquer resistência por parte dela.
A pedido do Ministério Público de São Paulo, os dois agentes foram afastados das atividades externas.
Os policiais que se tornaram réus são do 11º Batalhão de choque da ROTA, as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar.
A Operação Escudo deixou ao menos 28 pessoas mortas e ocorreu no litoral paulista após o assassinato do soldado da ROTA Patrick Bastos Reis durante uma ação policial em Guarujá em julho deste ano.
Nesse caso, 3 homens foram denunciados por homicídio e tentativa de homicídio contra outros policiais.
Um outro caso foi arquivado nesta semana, já que a Justiça entendeu que houve legítima defesa por parte dos policiais em confronto com um suspeito. A conclusão foi tomada após análise das imagens das câmeras acopladas às fardas.
Há outros 25 procedimentos investigatórios criminais que apuram as circunstâncias de todas as mortes que ocorreram durante a Operação Escudo.