Policiais Civis de São Paulo vão à Justiça por testes de Covid-19
A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP) entrou com uma ação na Justiça para pedir a realização imediata de testes do novo coronavírus em policiais civis. A medida vem em reação a uma decisão do governo de São Paulo, que anunciou na última segunda-feira (11) o início de diagnósticos em Policiais Militares.
O poder estadual decidiu aplicar, a partir de 15 de maio, testes rápidos para a identificação de Covid-19 mesmo em quem não apresenta sintomas da doença. Neste primeiro momento, há um projeto-piloto em parceria com a PM para diagnosticar 35 mil profissionais de São Paulo, além de seus familiares – o que deve chegar ao total de 145 mil pessoas. A previsão é que os policiais civis sejam beneficiados na segunda fase de testes, ainda sem data prevista.
No documento encaminhado à Justiça, a ADPESP pede que a testagem contemple, já na primeira fase, “todos os integrantes da Secretaria de Segurança Pública, sem distinção”.
“Com efeito, a nós nos parece absolutamente desarrazoado, por parte do Estado, realizar tal tratamento dicotômico. Pensamos, no caso em apreço, exatamente porquanto as funções policiais possuem a mesmíssima natureza, quer seja na Polícia Militar, quer seja na Polícia Civil, que o tratamento igualitário e isonômico para todos os profissionais da segurança pública é medida que se impõe”, diz a ação.
De acordo com a ADPESP, a Polícia Civil de São Paulo tem um total de 23.052 policiais, sendo 37% acima dos 50 anos. No caso dos delegados, são 2.534 profissionais – 48% deles acima dos 50 anos.
“A ADPESP entende que a testagem é urgente para as forças de segurança, que continuam trabalhando normalmente durante a pandemia”, diz o presidente da associação, Gustavo Mesquita Galvão Bueno. Segundo ele, a medida leva em conta também o contato dos profissionais com a população, situação que elevaria o risco de contágio.
“Os policiais civis, assim como os policiais militares, continuam trabalhando normalmente e se expondo ainda mais aos riscos que já são inerentes à profissão. Continuam as investigações, indo às ruas e fazendo diligências, bem como realizando o atendimento em delegacias, tendo contato com a população em geral”, alerta.
Em nota enviada à CNN, o governo de São Paulo afirma que todas as forças de segurança serão atendidas na ampliação da testagem de Covid-19. A gestão estadual também diz que o projeto vai incluir os demais profissionais da segurança pública e da saúde, internos da Fundação Casa e detentos do sistema prisional, além de doadores de sangue e pessoas que vivem em asilos, casas de repouso, orfanatos e comunidades terapêuticas.