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    Polícia mira organização criminosa e prende seis pessoas em Minas Gerais

    A facção utilizava símbolos da Estrela de Davi para demarcar territórios e convocar integrantes para a “guerra contra o Estado”

    Daniela Mallmannda CNN

    Seis pessoas foram presas e 33 mandados de busca e apreensão cumpridos na capital mineira, além de Ribeirão das Neves, Contagem e Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A ação faz parte da operação Ira Divina, deflagrada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) com a participação de 230 policiais civis, nesta quinta-feira (29). 

    As investigações tiveram início após o dia 8 de janeiro de 2024, quando um suspeito de integrar a organização criminosa atuante no Aglomerado Cabana do Pai Thomáz, na região Oeste da capital, foi morto em conflito com a Polícia Militar. A partir daí, membros do grupo promoveram uma manifestação, no período da tarde do mesmo dia.

    Segunda a polícia, durante o ato, os integrantes incendiaram dois ônibus na avenida Amazonas, com intuito de fechar os dois lados de uma das principais vias de Belo Horizonte. Segundo o delegado responsável pelas investigações, Gabriel Teixeira da Silva, “as ações desses indivíduos configuram verdadeiros atos narcoterroristas”.

    No curso das investigações, foi apurado que a organização possui conexão com facção criminosa estabelecida no estado do Rio de Janeiro. Levantamentos apontaram que o alinhamento entre eles vai além do plano econômico, adotando estratégias informacionais e bélicas.

    “Há representações dessa facção criminosa nas paredes do Cabana, como realmente uma estruturação de poder. Eles procuram, por meio desses símbolos religiosos, fortalecer os integrantes, buscando o apelo para a guerra, para a luta, em que o inimigo é o Estado”, declara Gabriel Silva.

    Segundo a delegada regional Gislaine de Oliveira Rios Xavier, a organização utiliza a estrela de Davi como símbolo, sendo possível visualizar essa marcação pelo aglomerado. “Hoje, bem menos. Com o trabalho policial, alguns estão passando tinta branca para mascarar, mas ainda encontramos bastante”, afirma.

    O delegado Gabriel Silva explica que a conexão com o estado do Rio de Janeiro também se revela nas paredes. “O uso de símbolos religiosos demarca o fenômeno denominado ‘narcopentecostalismo’. É um fenômeno que associa determinada vertente cristã ao tráfico de drogas – deixando claro que as igrejas não têm nada a ver com isso. Eles deturpam o significado de um símbolo religioso e o adotam na prática criminosa”, acrescenta.

    Dois investigados foram presos em cumprimento de mandado de prisão. Ambos são suspeitos de serem os mandantes do crime que resultou no incêndio dos ônibus. Quatro pessoas foram presas em flagrante: três por tráfico de drogas, e uma por dano qualificado ao patrimônio público.

    Durante as buscas, foram apreendidos dois quilos de pasta base de cocaína; aproximadamente 60 pinos da mesma substância; mais de R$10 mil em espécie; notebooks; celulares; rádios HT; documentos e livros para contabilidade do tráfico; máquinas com CNPJ fictícios, que estima-se que sejam utilizadas para facilitar a mercância; além de veículos furtados.

    “As investigações continuam para desestruturar a organização criminosa, prender todos os líderes e trazer paz para essa comunidade que tanto sofre com a atuação do tráfico de drogas“, conclui o delegado.

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