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    Polícia Federal faz busca e apreensão na usina nuclear de Angra 1

    Cumprimento de mandado está relacionado a dois inquéritos que investigam vazamento de água contaminada com resíduos nucleares

    Elijonas MaiaLéo Lopesda CNN , em Brasília e São Paulo

    A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta quinta-feira (11), busca e apreensão na usina nuclear de Angra 1, no município de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

    De acordo com as autoridades, o cumprimento do mandado está relacionado a dois inquéritos que investigam o vazamento de água contaminada com resíduos nucleares ocorrido em 16 de setembro de 2022.

    Os inquéritos tramitam na delegacia de Polícia Federal de Angra dos Reis.

    “As investigações buscam apurar supostas condutas omissivas na comunicação dos eventos, além de eventuais crimes ambientais”, informou a PF em nota.

    Cnen e Ibama fizeram vistoria para achar possível vazamento

    No início de abril, técnicos que integram a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizaram uma vistoria na usina nuclear de Angra 1.

    O objetivo era dar continuidade ao monitoramento do evento de liberação não planejada de efluentes radioativos no mar, ocorrido em setembro de 2022. A vistoria foi realizada duas semanas após o Ibama relatar o vazamento em Angra 1.

    No dia 24 de março, o Ibama informou que a Eletronuclear demorou quatro meses para admitir o despejo de substâncias radioativas da usina nuclear Angra 1 no mar.

    O vazamento ocorreu em setembro do ano passado e, segundo o instituto, só foi reconhecido pela estatal responsável pelas usinas de Angra 1 e 2, em janeiro deste ano.

    Em nota, a Cnen informou que a vistoria em dois dias desta semana “foi acompanhada por representante da Procuradoria da República em Angra dos Reis e incluiu monitoramento radiométrico e novo recolhimento de amostras, que serão devidamente analisadas pelo Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) da Cnen.

    Complexo nuclear de Angra dos Reis / 31/08/2011 REUTERS/Ricardo Moraes

    Foram selecionadas amostras de sedimentos e água, nos “locais potencialmente afetados”.

    As análises já realizadas pela Cnen anteriormente demonstraram que as liberações de efluentes ocorreram abaixo dos limites estabelecidos. No entanto, tão logo as novas análises do IRD fiquem prontas, será emitido novo relatório.

    Por parte da Cnen, participaram da vistoria servidores da diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear, da Coordenação de Reatores, do Serviço de Segurança Radiológica e da Inspeção Residente, além de servidores do IRD.

    O Ibama enviou servidores da diretoria de Licenciamento Ambiental e da Coordenação-Geral de Emergências Ambientais.

    Operação

    A primeira usina nuclear brasileira entrou em operação comercial em 1985 e opera com um reator de água pressurizada (PWR), o mais utilizado no mundo.

    Com 640 megawatts de potência, Angra 1 gera energia suficiente para suprir uma cidade de 1 milhão de habitantes, como Porto Alegre ou São Luís.

    A CNN entrou em contato com a Eletronuclear, que enviou uma nota:

    A Eletronuclear confirma a presença da Polícia Federal (PF) na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis, na manhã desta quinta-feira (11). A ação faz parte das investigações sobre o incidente na usina Angra 1, ocorrido em setembro do ano passado.

    É importante ressaltar que todas as informações e detalhes solicitados continuarão sendo fornecidos às autoridades, reforçando o compromisso da empresa com a segurança e bem-estar de todos.

    A empresa reitera que o incidente foi encerrado, suas causas estão sanadas e não existem áreas impróprias nem risco de agravamento da situação. Além disso, o evento não ocasionou nenhum tipo de prejuízo às pessoas ou ao meio ambiente, conclusão referendada pelos próprios órgãos licenciadores (Ibama e Cnen). Nenhuma norma foi infringida pela empresa, que sempre atuou com total comprometimento e respeito ao meio ambiente.

    Nesse sentido, a Eletronuclear permanecerá à disposição dos órgãos competentes para todos os esclarecimentos necessários sobre o incidente.
    Nota completa sobre o incidente:

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