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    Polícia indicia Felipe Neto por infração ao ECA; denúncia é falsa, diz youtuber

    Felipe Neto diz que o inquérito apura as mesmas falsas acusações e desinformações que há meses vêm sendo cometidas e articuladas por membros da extrema-direita

    Thayana Araújo e Maria Mazzei, da CNN, no Rio de Janeiro

    O youtuber e influenciador Felipe Neto foi indiciado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (6), por divulgar em seu canal do Youtube vídeos e tutoriais sobre sexo, conteúdos classificados como impróprio para crianças e adolescentes.

    Segundo consta no documento com as alegações pelo indiciamento, o delegado Pablo da Costa Sartori justifica que o influenciador está sendo responsabilizado “por não limitar a classificação etária dos vídeos que possuem conteúdo e linguajar inapropriado para menores”.

    Procurado pela CNN, Felipe Neto disse, por meio de sua assessoria, que “o inquérito está apurando as mesmas falsas acusações e desinformações que, há meses, vêm sendo cometidas e articuladas por membros da extrema-direita”. 

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    A investigação contra o influenciador foi instaurada inicialmente pelo Ministério Público do Estado devido a um registro de ocorrência feito em 2018. Durante a investigação conduzida pela Polícia Civil, Felipe Neto foi convocado a prestar depoimento, mas optou por apresentar os esclarecimentos por escrito. Na ocasião, o youtuber afirmou em sua defesa que o vídeo e o livro, com conteúdos que estão sendo questionados pelos investigadores e que foram usados por ele em seu canal, já eram públicos desde 2017 e possuíam as marcações de idades autorizadas. 

    No entanto, os investigadores afirmam que na época da divulgação dos conteúdos no canal de Felipe Neto, o público do youtuber era basicamente formado por crianças e adolescentes, e, que, portanto, o material era inadequado, tendo ocorrido infração do artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prevê pena de  quatro a oito anos de reclusão e multa, por “vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente”.

    O delegado acrescenta ainda que há outros vídeos que o autor trata de sexo, inclusive com tutorial, e coloca a classificação para 13 anos, “o que já teria enquadramento legal, porém, demonstrando o dolo do autor, este fala no vídeo que apenas crianças com menos de 10 anos deidade não deveriam assistir, deixando claro que a indicação do vídeo não devia ser respeitada”, destaca Sartori. 

    Felipe Neto, por meio de sua assessoria e também em suas redes sociais, rebateu as acusações.

    “Por meio de assessoria de imprensa, Felipe Neto reitera que o inquérito está apurando as mesmas falsas acusações e desinformações que há meses vêm sendo cometidas e articuladas por membros da extrema-direita, fortemente incomodados com as críticas ao governo Bolsonaro. Felipe Neto informa que prestou todos os esclarecimentos necessários, porém o delegado de polícia, sem tomar nenhum depoimento ou realizar qualquer investigação, decidiu indiciá-lo. Confiante no Poder Judiciário, o youtuber permanece absolutamente convicto e tranquilo de que nunca praticou crime algum e reitera, ainda, que todo o ocorrido ainda será analisado por um promotor de Justiça. Felipe Neto acrescenta que, quando começou a se manifestar vigorosamente contra os absurdos do governo Bolsonaro, já estava preparado para enfrentar todos os tipos de ataque cometidos pela articulação do ódio, desde a propagação de notícias à acusações falsas, associando-o a crimes, na tentativa de destruir sua imagem e reputação”.

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