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    Polícia do RJ prende 33 em investigação da morte de meninos de Belford Roxo

    Operação deflagrada pela Polícia Civil expediu 56 mandados de prisão; três meninos desapareceram em dezembro do ano passado e até hoje seus corpos não foram encontrados

    Thayana AraújoIuri Corsinida CNN , no Rio de Janeiro

    A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, nesta quinta-feira (9), uma operação na comunidade do Castelar, na cidade de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, para cumprir 56 mandados de prisão.

    Até o momento, 31 prisões já foram cumpridas através dos mandados expedidos, e outras duas pessoas foram presas em flagrante. Cinco presos são suspeitos de terem participado da morte e desaparecimento dos meninos. Outras 26 estão presas por associação ao tráfico.

    Entre os mandados expedidos, 15 já estavam presos antes da operação.

    As autoridades finalizam o inquérito em andamento na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que apura a morte e desaparecimento dos corpos dos meninos Lucas Matheus da Silva, 8 anos, Alexandre da Silva, 10 anos, e Fernando Henrique, de 12 anos.

    Participam da operação, desta quinta (9), cerca de 250 policiais da DHBF, do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), do Departamento-Geral de Polícia da Baixada (DGPB) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).

    Policiais participam de operação, nesta quinta (9), que investiga morte de meninos em Belford Roxo. Polícia Civil do Rio de Janeiro / Reprodução

    O crime aconteceu em dezembro do ano passado. Os três saíram de casa para brincar na rua e não voltaram mais. Em setembro deste ano, a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense apontou que uma gaiola com um passarinho teria sido o motivo da morte dos meninos.

    Segundo testemunhas ouvidas pelos investigadores, as crianças teriam se desentendido com o chefe do tráfico da comunidade Castelar, em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, após pegarem um pássaro que pertencia ao criminoso.

    A principal linha de investigação, desde o começo das diligências, conectava o desaparecimento à ação do tráfico de drogas. Nove meses depois das buscas começarem, a Polícia Civil afirma que as crianças morreram a mando do traficante. Os corpos seguem desaparecidos.

    Entenda o caso

    Os primos Lucas e Alexandre da Silva, de 8 e 10 anos, desapareceram na tarde do dia 27 de dezembro de 2020, na companhia do amigo, Fernando Henrique Ribeiro, de 12 anos.

    O trio havia se encontrado para jogar bola, mas decidiu ir até à Feira da Areia Branca –num trajeto feito, tradicionalmente, na companhia do pai e do padrasto, para comprar ração para passarinho.

    Essa versão foi contada pelos colegas que os viram antes de eles sumirem. “O Xande ama bicho. Quando tem bicho em casa, trata que nem neném”, contou a avó de Lucas e Alexandre, Silvia Reginaldo Silva, que já abrigou vários animais resgatados pelo neto.

    A informação sobre a ida deles à feira popular foi a última que as famílias tiveram.

    Imagens mostram meninos de Belford Roxo no dia do desaparecimento
    Imagens mostram meninos de Belford Roxo no dia do desaparecimento. / Foto: MPRJ

    Desde a hora do almoço daquele domingo, quando o sumiço foi notado, a vida dos pais, tios, avós, amigos e vizinhos se resumiu à procura pelos meninos. O boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil. O caso ganhou repercussão. As forças de segurança foram mobilizadas a mando do governador em exercício, Cláudio Castro.

    As imagens de mais de 40 câmeras foram analisadas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, nenhuma pista havia sido encontrada.

    Em março, revisando as imagens capturadas, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) encontrou registros deles em câmeras localizadas na rua Malopia, num bairro vizinho à comunidade Castelar. A suspeita é de que o trio tenha sido capturado pelo tráfico nessa região.

    Ainda em janeiro, um homem –que não teve a identidade revelada– chegou a ser levado à delegacia pelos parentes dos meninos. Ele foi apontado como responsável pelo desaparecimento. Mas, após prestar depoimento, a polícia o liberou por não ter nenhuma ligação com o caso.

    A soltura gerou manifestações, apontadas pela polícia como uma forma de o tráfico desviar a atenção da comunidade para atrapalhar as investigações.

    * Com informações de Amábyle Sandri e Camille Couto, da CNN

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