Polícia do Rio prende integrante da quadrilha do miliciano Tandera
De acordo com as investigações, grupo buscou se infiltrar na máquina pública em prefeituras da Baixada Fluminense
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta quinta-feira (7) o homem apontado como o responsável por negociar terrenos e moradias tomados pela milícia na Baixada Fluminense.
Luiz Fernando Souza Alves, conhecido como Fernandinho, foi capturado por policiais civis da Desarme na Ilha de Itacuruçá, que fica perto de Mangaratiba, na Costa Verde.
Segundo o delegado responsável pelas investigações, Vinícius Miranda, ele é integrante da milícia de Danilo Dias Lima, o Tandera. Luiz Fernando tinha sido alvo da operação Epilogue, em maio, com a participação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio. No entanto, na ocasião ele não foi localizado.
Segundo o MP, em maio, a Operação Epilogue prendeu seis pessoas e cumpriu 25 mandados de busca e apreensão contra integrantes da “milícia do Tandera”. Nove pessoas que eram alvo da ação não foram encontradas, incluindo Luiz Fernando.
De acordo com as investigações, a organização criminosa é responsável por extorsões, homicídios, ameaças, grilagem de terras, agiotagem, exploração ilegal de areais, lavagem de dinheiro, entre outros crimes, praticados principalmente na capital Fluminense e em Nova Iguaçu, Queimados e Seropédica, na Baixada Fluminense.
Núcleo Político
As investigações do MP mostraram ainda que havia vídeos com cenas de torturas e assassinatos praticados pelo bando. O que chamou a atenção foi a organização complexa da quadrilha, que nos últimos anos buscou se infiltrar na máquina pública.
De acordo com o MP, foi formada uma espécie de “coalizão” entre os chefes da milícia e pré-candidatos a cargos eletivos para as eleições de 2020 na região da Baixada Fluminense.
Por meio das quebras de sigilo de dados telemáticos foi identificada a gravação de uma reunião entre a alta cúpula da organização criminosa e pré-candidatos à prefeitura de Nova Iguaçu, Queimados e Seropédica.
Em troca do apoio da milícia em suas campanhas eleitorais, os pré-candidatos prometeram entregar aos criminosos secretarias de governo e nomeações para cargos públicos, além de beneficiá-los em licitações fraudulentas. Os envolvidos foram denunciados por organização criminosa.