Polícia do DF encontra outra cobra ligada ao caso do estudante picado por naja
Policiais lançam ofensiva contra maus tratos a animais mantidos em cativeira de maneira ilegal
A polícia do Distrito Federal apreendeu mais uma cobra naja ligada ao caso do estudante picado pela serpente que mantinha de forma ilegal em Brasília.O animal estava escondido em um apartamento no Guará II, onde também foram localizados diversos ratos que seriam criados para servir de alimento ao ofídio.
De acordo com apuração preliminar, os animais teriam sido deixados no apartamento pelo amigo do jovem que sofreu o acidente com a naja nesta semana. O estudante chegou a entrar em coma depois da picada venenosa do animal, mas está se recuperando.
O imóvel alvo das buscas estava desocupado e sob a responsabilidade de um servidor do Poder Judiciário, que foi conduzido à 14a Delegacia de Polícia.
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Operação contra maus tratos a animais silvestres
Em paralelo, autoridades distritais deflagraram a Operação Squamata. Diversos animais exóticos e silvestres foram encontrados, incluindo três tubarões. O intuito da operação é combater a manutenção ilegal de animais em cativeiro e maus tratos às espécies, depois do caso do estudante.
Duas equipes foram enviadas a uma residência localizada na Colônia Agrícola Samambaia, DF, após diversas denúncias de que um homem estava mantendo animais em cativeiro para comercialização clandestina.
Ao chegarem no local, os policiais interrogaram o suspeito, que assumiu que no endereço havia diversos animais, exóticos e silvestres, alguns deles sem autorização. O homem mostrou as espécies aos agentes, e informou que a residência pertencia a outro indivíduo, que recentemente havia se mudado. Segundo ele, este outro sujeito era dono de alguns dos animais. A polícia não foi informada sobre seu paradeiro ou meios de contato.
Os policiais disseram que chamou a atenção a quantidade de animais no local, quase todos em situação de maus tratos. Foram encontrados no local três tubarões, quatro cobras, duas serpentes do Nordeste, uma moreia, além de peixes e lagartos. O suspeito apresentou notas fiscais de uma jiboia e um teiú (lagarto), e alegou que, para os três tubarões e a moreia, não havia necessidade de nota, já que eram livremente comercializados.
Todos os animais foram encaminhados à Delegacia de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes Contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente – DEMA, com exceção dos tubarões e da moreia, que permaneceram no aquário da residência devido à impossibilidade de transporte e destinação. Chegou-se à conclusão que os exemplares da fauna silvestre e os exóticos encontrados foram introduzidos no Brasil sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade competente — todos sem qualquer documentação. O suspeito foi autuado em flagrante e pagou uma fiança de R$ 5 mil.