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    Polícia diz que assessora ajudava ex-senador Telmário com informações sobre ex-esposa antes do crime

    Considerado foragido, o ex-parlamentar é suspeito de mandar matar Antônia Araújo de Souza, que era mãe de uma filha dele

    Taísa Medeirosda CNN , Brasília

    A Polícia Civil de Roraima investiga a participação de Cleidiane Gomes da Costa, assessora do ex-senador Telmário Mota (sem partido-RR), no assassinato de Antônia Araújo de Souza, ex-esposa do político.

    Cleidiane, que trabalha com Telmário há cerca de duas décadas, foi inquirida na condição de interrogada.

    O ex-senador é suspeito de mandar matar Antônia, de 52 anos, mãe de uma de suas filhas. Em 2022, a filha do casal acusou o pai de tentativa de abuso sexual.

    VÍDEO – Polícia tenta prender ex-senador Telmário Mota por suspeita de assassinato

    Monitoramento

    Segundo a polícia, a assessora confirmou que monitorou a vítima nos dias que antecederam o crime, tendo utilizado um veículo locado pelo senador. Cleidiane passava informações diretamente a ele sobre Antônia e a filha.

    “Ela confirmou que passava informações diretamente ao senador, acerca não apenas do monitoramento, mas do cotidiano da vítima e da filha da vítima”, disse o delegado João Evangelista, que conduz a investigação. A juíza do caso ordenou que Cleidiane seja monitorada por tornozeleira eletrônica.

    A reportagem entrou em contato com o senador e sua assessora, mas até o momento não obteve retorno.

    Suspeito preso

    Leandro Luz, suspeito de ter atirado na vítima, foi preso na Operação Caçada Real. A arma do crime ainda não foi localizada.

    Conforme os investigadores, trata-se de uma pistola, com possibilidade de ser calibre 380 ou 9mm. “A pessoa que efetuou o disparo precisaria ter manejado essa arma ou outra próximo ao crime, porque o exame pericial no local demonstrou que a vítima foi executada de forma muito singular. De forma cirúrgica, com apenas um disparo”, relatou.

    Tenho convicção de que temos elementos suficientes para apontar Telmário como mandante

    João Evangelista

    Já a motocicleta utilizada pela dupla de executores foi localizada através da placa. O veículo teria sido recebido por Harrison Nei Correa Mota, sobrinho do ex-senador. Ele também é considerado foragido.

    “A moto passou algum tempo na casa da Cleidiane, assessora do parlamentar. Na véspera do crime, dia 28, a moto foi repassada para os executores pelo sobrinho de Telmário”, disse o delegado.

    Fazenda do ex-senador

    Segundo os investigadores, o local onde o crime foi planejado foi a fazenda Caçada Real — nome que deu origem à Operação. A propriedade pertence ao ex-senador Telmário Mota e foi um dos locais alvos de busca na operação.

    A Polícia Civil concluiu que a vítima já tinha uma relação com o provável mandante, que passou a ser desastrosa nos últimos 12 meses, especialmente por conta de conflitos judiciais.

    “Temos a circunstância que envolve um processo criminal. A vítima desse crime era uma testemunha importante para o processo. Alguns dias antes dela ser ouvida, ela foi executada”, destacou Evangelista. Segundo a investigação, há indicativos de que a execução foi planejada, houve uma logística necessária, bem como um treinamento.

    Antônia foi assassinada em 29 de setembro, com um tiro na cabeça. Seu depoimento no processo criminal que investiga o ex-senador pelo crime de estupro estava marcada para 2 de outubro.

    As imagens das câmeras de segurança veiculadas mostravam uma dupla de motoqueiros que faz um disparo certeiro contra a ex-mulher do senador.

    Mota foi senador da República por oito anos, de 2015 a 2023. Era vinculado ao Partido Republicano da Ordem Social (PROS), partido que foi incorporado ao Solidariedade. Ele pediu a desvinculação do partido no último dia 17.

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