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    Polícia descarta ligação com milícia e vê ‘tragédia’ em desabamento no RJ

    Força-tarefa da Polícia Civil ainda busca indícios de crimes relacionados com o que, por enquanto, é considerado um acidente

    Pedro Duran, da CNN, no Rio de Janeiro 

    Um homem de origem humilde, de 57 anos de idade, e que construiu com recursos próprios um prédio para abrigar a família. É assim que a Polícia Civil do Rio de Janeiro vê o responsável pela edificação do prédio que desabou na madrugada da última quinta-feira (3) em Rio das Pedras, na zona oeste da capital fluminense.

    Genivan Gomes Macedo, que foi ouvido horas depois da tragédia, não tem nenhuma passagem pela polícia. De origem humilde, ele estudou até a terceira série do ensino fundamental e não explorou comercialmente o edifício construído. Tanto que apenas familiares moravam no prédio e o comércio no andar térreo era uma lan house que o filho dele, Nathan Gomes de Souza, de 30 anos, usava como base do sustento da família.

    Nathan e a filha de 2 anos, Maitê Gomes Abreu, neta de Genivan, morreram depois do desabamento. A morte dos dois foi um dos motivos pelos quais a polícia decidiu montar uma força-tarefa com quatro delegacias: 16ª DP (Barra da Tijuca), 32ª DP (Taquara), Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco).

    O imóvel de quatro andares começou a ser construído há cerca de 20 anos. Ao longo dos 10 primeiros anos, os pavimentos eram acrescidos à edificação original conforme Genivan conseguia recursos para subir o prédio. 

    A força-tarefa da Polícia Civil ainda busca indícios de crimes relacionados com o que, por enquanto, é considerado um acidente. Os investigadores ainda aguardam o resultado de uma perícia feita no local do desabamento pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE).

    A reportagem tentou contato com Genivan, mas não conseguiu. A CNN já tinha contado na tarde desta quinta-feira que ele foi o responsável por erguer o prédio para abrigar a família.

    Bairro é berço da milícia

    O bairro de Rio das Pedras é considerado o berço da milícia no Rio de Janeiro. A região de Muzema, onde desabamentos deixaram 24 mortos em 2019, também é dominada pela milícia. A organização paramilitar faz loteamentos irregulares e extorque famílias para fornecer serviços essenciais como luz, água e internet. Segundo a polícia, os denunciados pelos desabamentos de 2019 têm ligação com a milícia.

    Nesta quinta-feira, o prefeito Eduardo Paes (PSD) também citou a milícia em visita ao local da tragédia. 

    “O que a gente precisa fazer são melhorias habitacionais e, óbvio, tentar ver como faz com essas construções irregulares, pra que parem com esse tipo de risco. Comigo, milícia não vai construir porcaria nenhuma nessa cidade. Estamos demolindo permanentemente”, disse ele.