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    Polícia Civil faz busca e apreensão na casa de contraventor no Rio

    Policiais apreenderam celulares, dinheiro, uma máquina de contagem de cédulas, um HD e um carregador de pistola 380

    Isabelle Saleme , Da CNN, no Rio

    Eram por volta de 6h da manhã quando a Polícia Civil chegou até a casa de Bernardo Bello, de 38 anos. A mansão na Barra da Tijuca, zona oeste, surpreendeu os policiais pelo tamanho e luxo: piscina, sauna, academia e até um campo de futebol.

    Os imóveis mais baratos no condomínio estão avaliados em cerca de R$ 5 milhões, segundo sites especializados. O dono de três empresas, uma delas na área de segurança, não foi encontrado na casa. Apenas a mãe, a esposa e os filhos de Bello estavam no local.

    Segundo a família, o empresário estaria em viagem para São Paulo. Os policiais apreenderam celulares, dinheiro, uma máquina de contagem de cédulas, um HD e um carregador de pistola 380.

    O ex-presidente da escola de samba Vila Isabel é apontado pela ex-cunhada, a empresária Shanna Garcia, como mandante do atentado sofrido por ela em outubro do ano passado. Na ocasião, Shanna foi atingida por dois tiros em frente a um centro comercial também na Barra da Tijuca. O motivo do atentado, segundo os investigadores, é o espólio de 25 milhões de reais, deixado pelo pai da empresária, o contraventor Waldermir Paes Garcia, o Maninho do Salgueiro.

    A Operação Sucessão tem por objetivo apurar o atentado e investigar pessoas envolvidas no jogo do bicho no Rio de Janeiro. Depois da morte de Maninho, Bello teria ficado a frente dos negócios da família. Além de agentes da Divisão de Homicidios, representantes do Gaeco, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, e da Corregedoria da Polícia Militar cumpriram 22 mandados de busca e apreensão em diversos endereços. Entre os alvos, estão quatro ex-agentes de segurança pública.

    Histórico familiar

    Nos últimos 16 anos, Shanna Garcia viu o pai, o marido, o irmão e o tio serem assassinados. O bicheiro conhecido como Maninho, foi morto no dia 28 de setembro de 2004. Ele foi baleado quando deixava uma academia de ginástica na Freguesia, em Jacarepaguá, também na zona oeste. O contraventor tinha 42 anos e era presidente do Conselho Fiscal da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro.

    No dia do crime, Maninho estava com filho Waldomiro Paes Garcia Júnior, o Mirinho, na época com 15 anos. O jovem também foi baleado, mas conseguiu sobreviver. Anos mais tarde, em 2017, Mirinho também foi assassinado, aos 27 anos, após ser mantido dois dias em cativeiro por sequestradores.

    Alcebíades Paes Garcia, o Bidi, irmão de Maninho e tio de Shanna, foi executado dia 25 de fevereiro deste ano, na porta do condomínio onde morava, na Barra da Tijuca. Já o então marido de Shanna, José Marinho de Barros Lopes, o Zé Personal, foi morto em setembro de 2011.

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