O que faz a sociedade apontar alguém inocente como suspeito ou criminoso
Primeiro episódio da nova temporada do podcast Entre Vozes aborda histórico de criminalização da população negra e relatos de injustiças cometidas no país
Barrado na saída do supermercado, revistado em uma agência bancária, perseguido simplesmente por correr na rua. Essa é a história de muitos homens e mulheres no Brasil que atraem olhares desconfiados cotidianamente, por onde passam. São pessoas vistas como suspeitas não por suas atitudes, mas por serem quem são – ou antes, por terem a cor que têm.
“A categoria inocente no brasil é uma categoria pensada em termos raciais, ela é sempre uma categoria racializada”, afirma Dina Alves, advogada e pesquisadora em ciências sociais.
No primeiro episódio da segunda temporada do podcast Entre Vozes, Luciana Barreto apresenta histórias de quem teve a vida profundamente afetada por ser apontado como suspeito. Um deles é o influenciador e rapper Jota Jr., que se viu cercado por policiais no meio de uma corrida por aplicativo quando o motorista desconfiou tratar-se de um assalto.
Para o músico Luiz Justino, de 24 anos, essa “confusão” muito bem arquitetada acabou em uma prisão injusta, de onde só foi liberado quando a orquestra da qual participava foi até a entrada da penitenciária protestar por sua liberdade. “Ali, realmente viram que eu era músico. Eu era preto, favelado, mas eu era músico. Não era um ladrão, não estava ali para roubar ninguém, a não ser o coração das pessoas.”
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(* Publicado por Diego Toledo)