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    PM investiga policiais que cantaram música que exalta Massacre do Carandiru; veja vídeo

    Canção cita Coronel Ubiratan Guimarães, comandante da operação em Carandiru, condenado a 632 anos de prisão

    Rafael Saldanhada CNN , Em São Paulo

    A Polícia Militar investiga policiais que foram filmados cantando uma música que exalta o Massacre do Carandiru, no prédio do Centro de Policiamento de Choque, no centro de São Paulo.

    Um vídeo mostra um agente cantando a canção. Ele aparece rodeado por outros militares, que sorriem ao repetir a letra da música. Assista:

    A letra diz: “ali só tinha lixo, só escória, na moral; foi dado ‘pista quente’ para derrubar geral; bomba, facada, tiro e granada; corpos estirados e cabeças arrancadas; cenário é de guerra, tipo Vietnã; a minha continência, Coronel Ubiratan; vibra ladrão, sua hora vai chegar”.

     

     

    O Massacre do Carandiru ocorreu em 2 de outubro de 1992, quando 111 presos morreram após uma rebelião no pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo.

    Ao todo, 74 policiais militares foram denunciados e condenados em júri popular com penas que variam de 48 a 632 anos de prisão.

    O Coronel Ubiratan Guimarães, citado na música, comandou a operação da PM na Penitenciária do Carandiru. Em julgamento em 2001, ele foi condenado a 632 anos de prisão pela morte de 102 dos 111 prisioneiros.

    Em 2002, ele foi eleito deputado estadual em São Paulo com 56 mil votos. O coronel morreu em 2006 após sofrer um tiro de arma de fogo no tronco.

    A Polícia Militar informou, em nota, que o Comando do Policiamento de Choque investiga o caso. A corporação afirma que “a conduta dos policiais que aparecem nas imagens não condiz com as práticas da Instituição e medidas cabíveis serão tomadas”.

    A CNN ainda ouviu Cláudio Aparecido da Silva, ouvidor das polícias de São Paulo, que disse que acionou a Corregedoria da PM pedindo apuração e responsabilização sobre os fatos.

    A Ouvidoria recebeu uma denúncia anônima do vídeo na última quinta-feira (4).

    “O evento Carandiru faz parte de um passado que não nos orgulhamos. Comemorar ou qualquer outra coisa do gênero é no mínimo vergonhoso”, completou o ouvidor.

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