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    PM do Rio cancela compra de cloroquina para tratar policiais com Covid-19

    Sem estimativa de quanto custaria aos cofres públicos, a PM previu a compra de medicamentos suficientes para três meses de tratamento

    Leandro Resende, da CNN no Rio

    A Polícia Militar do Rio de Janeiro cancelou a compra das substâncias hidroxicloroquina e cloroquina que estava prevista para tratar policiais com Covid-19 e em estado grave. A informação está em documentos da corporação que foram obtidos pela CNN. Pelo menos dez policiais militares do Rio de Janeiro já morreram por complicações causadas pelo novo coronavírus.

    Sem estimativa de quanto custaria aos cofres públicos, a PM previu a compra de medicamentos suficientes para três meses de tratamento. Na terça-feira (12), a corporação pediu a “urgente suspensão do processo de compra emergencial” dos remédios. No ofício em que determina o cancelamento das compras, a PM afirma que a hidroxicloroquina “NÃO deverá ser mantida como primeira opção para os pacientes internados no Hospital Central da Polícia Militar”.

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    Na justificativa para compra, a corporação argumentou que o Ministério da Saúde havia indicado a hidroxicloroquina para “terapia adjuvante [que apoia o tratamento principal] para pacientes internados com as formas graves da doença Covid-19”.  

    A resistência sobre o uso da substância para tratar pacientes com Covid-19 fez o ex-ministro da Saúde Nelson Teich sofrer críticas de aliados do presidente Jair Bolsonaro, que defende a prescrição da droga para pacientes em qualquer estágio da doença. Ainda não há comprovação científica suficiente da eficácia do remédio no tratamento da Covid-19.

    A CNN procurou os médicos do Hospital Central da PM fluminense que autorizaram e depois suspenderam a compra, mas eles não quiserem informar a razão da mudança.

    A PM também foi procurada desde a quarta-feira (13) para comentar o caso e enviou a seguinte nota:

    “Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar esclarece que a Diretoria Geral de Saúde (DGS) da Corporação fez um pedido de compra de medicamento no início da pandemia de Covid-19. No entanto, o processo foi frustrado diante da não apresentação de fornecedores disponíveis para atender a demanda.

    Devido à ausência de fornecedores no mercado, o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) passou a receber o remédio através de repasse da Secretaria de Estado de Saúde, razão pela qual o processo de compra foi suspenso.

    Vale ressaltar que, desde o início da pandemia provocada pelo novo Coronavírus, a utilização desse medicamento para pacientes acometidos pela Covid 19 no HCPM segue os protocolos das autoridades médicas do país, definidos pelo SUS.”

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