O que foi o Plano Marshall, citado por Eduardo Leite para “reconstrução” do RS
Plano capitaneado pelos EUA foi responsável por recuperação econômica de países europeus alinhados após a Segunda Guerra Mundial
O Plano Marshall, responsável pela recuperação econômica das principais potências europeias no período após a Segunda Guerra Mundial, foi lembrado nesta sexta-feira (4) pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), em meio aos estragos causados pelas chuvas no estado.
“O Rio Grande do Sul vai precisar de uma espécie de Plano Marshall de reconstrução“, afirmou o governante em entrevista coletiva. “Vão ser muitos dias e muitos problemas ainda”, acrescentou.
O que é o Plano Marshall?
Batizado em homenagem a seu idealizador, George Catlett Marshall, um general do Exército dos Estados Unidos, o programa disponibilizava dinheiro dos cofres americanos a países como Itália, França e Inglaterra.
Para garantir a distribuição dos recursos, foram criados importantes órgãos econômicos, como a Organização para a Cooperação Econômica Europeia (OEEC), em 1948, que mais tarde viria a se tornar a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em atividade até hoje.
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As verbas, expressivas para a época, foram empenhadas na reconstrução da indústria, da agricultura e para o fortalecimento de transações comerciais europeias.
A ajuda, no entanto, foi destinada exclusivamente a países da Europa Ocidental, fomentando a Guerra Fria contra nações alinhadas à União Soviética.
Em vigor entre 1947 e 1951, o pacote de medidas fortaleceu a noção da interdependência e necessidade de cooperação entre os países europeus, legitimando ainda mais a importância de um bloco econômico que os unisse, como posteriormente viria a surgir – a União Europeia (UE).
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Prejuízo no Rio Grande do Sul
Entre os dias 29 de abril e o 3 de maio, as tempestades que assolam o Rio Grande do Sul causaram ao menos R$ 275,3 milhões em prejuízos financeiros – que se somam à tragédia humanitário no estado, onde há registro de 55 mortes, 74 desaparecidos e 107 feridos, segundo o governo estadual.
Os dados são da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e indicam que R$ 59,9 milhões deste prejuízo dizem respeito ao setor público. A maior parte deste montante, cerca de R$ 29,5 milhões, está relacionado a danos em obras de infraestrutura, como pontes, estradas e sistemas de drenagens urbanas.
Confira os principais setores públicos afetados:
- Obras de infraestrutura: R$ 29,5 milhões em prejuízos;
- Sistema de esgotamento sanitário: R$ 7,5 milhões;
- Assistência médica emergencial: R$ 6,7 milhões;
- Abastecimento de água: R$ 2,1 milhão;
- Limpeza Urbana e remoção de escombros: R$ 2,1 milhões;
- Sistema de ensino: R$ 1,5 milhão em prejuízos;Sistema de transporte: R$ 1,4 milhão;
- Geração e distribuição de energia elétrica: R$ 1,4 milhão.
No setor privado, já são registrados R$ 99,8 milhões em prejuízos, com a maior parte concentrada na agricultura (R$ 71,4 milhões). Na indústria, as perdas somam R$ 11,2 milhões, na pecuária, R$ 9,3 milhões.
Confira os principais setores privados afetados:
- Agricultura: R$ 71,4 milhões em prejuízos;
- Indústria: R$ 11,2 milhões;
- Pecuária: R$ 9,3 milhões;
- Comércios locais: R$ 5,3 milhões;
- Demais serviços: R$ 2,6 milhões.
Na área habitacional, os prejuízos superam R$ 115,6 milhões, com 10.193 casas danificadas ou destruídas.
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* Com informações da Estadão Conteúdo, de texto originalmente publicado em 23/03/2020, e de Danilo Moliterno, da CNN, em São Paulo