Placa em homenagem a Marielle Franco é inaugurada no Centro do Rio
Ato ocorreu no dia em que os assassinatos da vereadora e de seu motorista completam três anos
No dia em que a execução de Marielle Franco completa três anos, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), inaugurou uma placa com o nome da vereadora na Praça Floriano, a Cinelândia, a poucos metros do Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara de Vereadores, onde ela exercia seu mandato.
O artefato é do mesmo modelo daquele que foi quebrado em um ato de campanha em Teresópolis, na Região Serrana do Rio e, de acordo com a prefeitura, é monitorado por câmeras do Centro de Operações Rio (COR).
A peça de mobiliário urbano tem, além do nome da ex-vereadora, os anos de nascimento e de morte (1978-2028), e a inscrição “Mulher negra, favelada, LGBT e defensora dos direitos humanos. Brutalmente assassinada em 14 de março de 2018 por lutar por uma sociedade mais justa”. Estiveram presentes na cerimônia os pais de Marielle, Marinete Silva e Antônio Francisco, a filha Luyara e a irmã Anielle, presidente do Instituto Marielle Franco.
Paes lembrou que a ex-vereadora sempre foi sua opositora na política e que o ato em sua homenagem era uma demonstração do tipo de relação que é possível construir na cidade. “Marielle jamais me defendeu, jamais fez campanha, ao contrário, sempre fez oposição. Acho que essa homenagem tem um simbolismo, que eu, como prefeito, quero reforçar. A gente pode discordar, divergir, mas a gente não pode perder a ternura, a empatia, o respeito pelas pessoas”, afirmou.
Paes lembrou ainda que, no dia do assassinato da vereadora, qualificou a ação como um crime político inaceitável. Presente ao ato, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), com quem Marielle iniciou sua trajetória política, agradeceu ao prefeito pela ação e cobrou a resolução do crime.
“São três anos. É inaceitável que qualquer crime não tenha uma solução em três anos. Mas, sobre a morte da Marielle, a cidade morre enquanto cidade enquanto a gente não descobre quem mandou matar. Por uma razão política, tem um grupo político que é capaz de matar como forma de fazer política. E esse não é um problema de um partido ou de outro, não é um problema da direita ou da esquerda, é uma morte da democracia. A morte da Marielle é uma morte da democracia”, disse o parlamentar.
Anielle Franco destacou que a família ainda sofre intensamente com o assassinato da irmã. “Não é fácil acordar todos os dias e ver minha mãe chorando. Essa homenagem é um acalanto. Teremos muita luta pela frente”, concluiu.