Piloto que testemunhou queda de avião relata angústia com cena: “Terrível”
Durval Fantozzi Filho, morador da cidade, presenciou o acidente e descreveu os momentos angustiantes da queda da aeronave em espiral
Em entrevista à CNN Brasil, o piloto Durval Fantozzi Filho, residente da cidade de Vinhedo, no interior de São Paulo, testemunhou a queda da aeronave Voepass na sexta-feira (9) e afirmou que a experiência foi “terrível”.
Fantozzi relatou que estava em sua casa quando ouviu um barulho atípico de uma aeronave sobrevoando a cidade. “Aquilo me chamou muito a atenção, eu não conseguia ver a aeronave porque o céu estava muito encoberto”, descreveu.
Momentos de tensão e queda em espiral
O piloto observou que os motores pareciam estar empregando uma potência elevada, como se estivesse em decolagem, mas que a velocidade de deslocamento da aeronave era lenta. Após cerca de um minuto, Fantozzi afirmou: “Eu tive a triste imagem de ver a aeronave saindo da camada em um voo descendente em espiral, em uma manobra que se chama parafuso chato”.
Fantozzi explicou que, nesse tipo de manobra, o piloto não consegue recuperar o controle da aeronave. “Aquilo me deu uma agonia muito grande, porque eu sabia que aquele avião ia bater”, relatou.
Investigação e possíveis causas
Embora as causas oficiais do acidente ainda não tenham sido determinadas, Fantozzi acredita que o fator meteorológico com a ocorrência de gelo severo a níveis baixos possa ter sido um fator contribuinte preponderante. Ele ressaltou que os prognósticos aeronáuticos indicavam a possibilidade de formação de gelo na altitude em que a aeronave se encontrava.
O piloto elogiou o trabalho do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) e afirmou que as equipes estão empenhadas em elucidar as causas do acidente para garantir a segurança dos pilotos e passageiros no futuro.
“O trabalho do CENIPA é sensacional porque eles não têm o objetivo de criminalizar ninguém. Eles querem simplesmente elucidar o que aconteceu, publicar isso para a comunidade aeronáutica para que a gente possa cada vez mais voar em segurança”, concluiu Fantozzi.