PF vê contradição no primeiro laudo sobre indigenista morto no Amazonas em 2019
Maxciel Pereira dos Santos teria sido assassinado com um tiro, e não dois, como apontou a Polícia Civil do Amazonas; até hoje, ninguém foi preso
Os peritos do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal em Brasília concluíram nesta semana o laudo sobre a morte do indigenista Maxciel Pereira dos Santos. Ele foi morto em 2019 na região do Vale do Javari (AM) e, até hoje, o assassino não foi identificado. O caso tomou proporção nacional após a morte de Bruno Pereira e Dom Phillips, em junho, na mesma região.
A perícia aponta que o indigenista foi morto com apenas um disparo efetuado por uma arma de fogo de baixa energia, como dizem os peritos, que poderia ser de pistola ou revólver, cujo tiro atingiu a cabeça no lado esquerdo e saiu pelo lado direito.
Esse resultado contradiz o laudo realizado pela Polícia Civil do Amazonas, que afirma que o indigenista foi atingido por dois tiros e que sugeria que uma bala ainda estaria alojada na cabeça dele. Os peritos também não encontraram nenhuma bala.
Agora, os peritos do INC vão analisar vídeos de câmeras de segurança gravados à época do assassinato, e com isso, tentar identificar os responsáveis pela morte do indigenista.
Maxciel Pereira dos Santos, de 35 anos, era funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai) e foi morto a tiros em Tabatinga, em 2019. Até hoje, ninguém foi preso.
A família de Maxciel fez uma apuração por conta própria e remeteu o resultado ao Ministério Público Federal (MPF), solicitando a abertura de uma investigação, tendo como base a suspeita de que a morte de Maxciel foi devido a sua atuação no combate a crimes ambientais na região do Vale do Javari (AM). Esse caso veio à tona logo após a morte de Bruno Pereira e Dom Phillips.
A CNN tentou contato com a Polícia Civil do Amazonas, mas ainda não teve retorno.