PF prende suspeito de matar líder indígena em Santa Catarina
Ariel Paliano, de 26 anos, foi encontrado com sinais de espancamento e queimaduras
A Polícia Federal prendeu o principal suspeito de ter matado o líder indígena Ariel Paliano, em Santa Catarina. O crime ocorreu em 26 de abril entre os municípios catarinenses de Itaiópolis e José Boiteux.
O suspeito do homicídio foi preso na cidade de Xanxerê (SC), no oeste do estado, nesta sexta-feira (24).
A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar o crime e, após as buscas realizadas no último dia 10 de maio, foram colhidos outros indícios que indicam a autoria. A Justiça então decretou a prisão temporária do investigado.
A prisão temporária tem a validade de 30 dias, período em que a Polícia Federal deve prosseguir com as investigações para apurar outros indícios probatórios acerca das circunstâncias do crime.
Ariel Paliano tinha 26 anos e foi encontrado às margens da SC-477. O corpo estava com sinais de espancamento e queimaduras. A CNN apurou que há suspeita de disputa de terras e que esse conflito seria um dos motivos do assassinato.
De acordo como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o crime ocorreu a 300 metros da casa do indígena. A vítima morava com a mãe e o padrasto, líder da aldeia Kakupli. No dia 4 do mês passado, a casa foi alvo de tiros.
Os policiais federais estiveram no imóvel da vítima e em uma casa próxima ao local em que o corpo foi encontrado. Na ação, os agentes apreenderam telefones celulares e roupas que podem ter sido usadas pelos autores do crime.
As buscas foram realizadas durante a noite pelos agentes em razão da necessidade de utilização de Luminol, um reagente químico que em contato com o ferro presente no sangue emite uma luz azul-fluorescente, permitindo a identificação de vestígios.
O Ministério dos Povos Indígenas divulgou uma nota à CNN em que “lamenta profundamente a execução da liderança indígena”.
Segundo a pasta, “trata-se de mais uma eliminação física que, pelas circunstâncias, indica a tentativa de impedir toda a luta dos povos indígenas, sobretudo a luta por seu direito à terra de tradicional ocupação”.