PF prende membro do PCC ligado a Marcola em SP, diz promotor
Operação visa combater célula da facção dedicada a planejar ataques contra autoridades
A Polícia Federal prendeu, durante a Operação Irrestrita, deflagrada na manhã desta quinta-feira (14), Eduardo Marcos da Silva, o Dudinha, membro do PCC que se reporta diretamente ao líder máximo da facção, Marcos Herbas William Camacho, o Marcola. A informação foi dada pelo promotor do Ministério Público de São Paulo, Lincoln Gakiya, em entrevista à CNN.
Além de Dudinha, que foi preso em flagrante por porte ilegal de armas, Lucimario Rodrigues de Oliveira, o Mero Kiko, também foi preso durante a operação. Eles fazem parte de uma célula da facção criminosa denominada “restrita”.
Segundo o MP, dos três mandados de prisão, dois não foram cumpridos, uma vez que os suspeitos Jomacel Carvalho Soares e Rodrigo Gutierrez Dierri não foram localizados. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão.
A investigação que resultou na prisão dos suspeitos revela um núcleo composto por membros do alto escalão do PCC apontado como o responsável por cumprir ordens de líderes da facção paulista que estão presos, em planos contra autoridades e resgates de presos.
Em março deste ano, em outro trabalho envolvendo MPSP e PF que tinha como alvo a mesma célula da facção, investigadores descobriram que os suspeitos planejavam ataques contra o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), entre outras autoridades e servidores públicos.
No desdobramento da operação, deflagrada nesta quinta-feira, os policiais acreditam ter desmantelado um plano que tinha como objetivo atentados contra os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Monitoramento de políticos
Segundo o relatório elaborado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), de Presidente Prudente, entre maio e julho deste ano, a célula “restrita” teria sido enviada ao Distrito Federal, estabelecendo uma base de operações ao alugar um imóvel na região.
Durante um período de pouco mais de dois meses, o grupo dedicou aproximadamente R$ 44 mil em despesas relacionadas à compra de dispositivos celulares, aluguel de imóvel, transporte, seguro, IPTU, alimentação, hospedagem, mobília do local e aquisição de equipamentos eletrônicos.
Embora o relatório não esclareça detalhadamente as intenções dos criminosos em relação às autoridades, destaca-se que houve investigações nos endereços de políticos.