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    PF prende dois suspeitos de incendiar mais de 950 hectares no Amazonas

    Ação faz parte da chamada Operação Smoke, que integra um plano de prevenção e combate a incêndios na Amazônia e no Pantanal

    Julia Fariasda CNN* , em São Paulo

    A Polícia Federal prendeu preventivamente, na última segunda-feira (30), duas pessoas suspeitas de desmatar e incendiar 953 hectares de floresta nativa em Boca do Acre, no Amazonas.

    Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a chamada Operação Smoke, que faz parte de um plano de prevenção e combate a incêndios na Amazônia e no Pantanal, teve como alvo o proprietário de uma fazenda, suspeito de liderar os incêndios.

    Durante a ação, foram apreendidas 1.100 cabeças de gado, um veículo, duas armas de fogo, entre outros itens. Além da busca de provas e da prisão do suspeito, a operação tinha o intuito de sequestrar bens, tanto móveis quanto imóveis, no valor correspondente ao prejuízo causado.

    As investigações apontam que o desmatamento ilegal ocorreu em uma fazenda pertencente ao suspeito, que estaria envolvido, entre 2021 e 2024, em uma série de outros crimes ambientais, como a criação de gado em áreas protegidas e o uso de fogo para a limpeza de pastagens.

    Além de proprietário da fazenda, um dos suspeitos é dono de um açougue na região que, segundo a Polícia Federal, comercializava carne bovina proveniente de gado criado ilegalmente na área embargada.

    De acordo com o MPF, imagens de satélite mostraram que as áreas afetadas sofriam danos progressivos nos últimos quatro anos. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autuou a fazenda e emitiu um termo de embargo com o intuito de acabar com as atividades ilegais na região.

    No entanto, a medida foi ignorada pelo proprietário, que ainda desmatava e promovia queimadas no local. As autoridades acreditam que as ações criminosas teria causado um prejuízo calculado em mais de R$ 76 milhões.

    “Considerando o elevado quantitativo de desmatamento identificado e o baixo poder econômico do principal investigado, esta unidade acredita que há outros atores envolvidos nos atos, em especial no financiamento das atividades”, ressalta a representação feita à Justiça Federal.

    *Sob supervisão de Bruno Laforé

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