PF não prevê escolta para repatriado de Gaza que recebeu ameaças
Avaliação é que Hasan Rabee e sua família atualmente não se encaixam nos critérios para receber a proteção pessoal
A Polícia Federal (PF) não prevê, neste momento, fornecer escolta ao brasileiro-palestino Hasan Rabee, que tem recebido ameaças e ofensas nas redes sociais desde que foi repatriado da Faixa de Gaza, no dia 13 de novembro.
A avaliação é que Hasan e sua família atualmente não se encaixam nos critérios para receber a proteção pessoal e, portanto, não há previsão legal. O entendimento só mudaria se o repatriado fosse incluído em um programa de proteção à testemunha ou mediante um pedido do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Segundo a CNN apurou, a pasta fez apenas uma consulta sobre a possibilidade de escolta à Hasan, sua esposa e suas filhas de 5 e 3 anos, mas não houve uma determinação.
O pedido de escolta ao Ministério da Justiça foi feito pela advogada Talitha Camargo da Fonseca no dia 17 de novembro.
Hasan ficou conhecido por mostrar em vídeos o conflito na Faixa de Gaza e se tornou alvo de ataques na internet. Mais de 200 mensagens com ameaças e ofensas já foram compiladas pela defesa do repatriado, que prepara uma ação contra os autores.
Em grande parte, Hasan é intimidado e chamado de terrorista. Há muitas menções também ao fato de o repatriado ter aparecido ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A advogada também protocolou um pedido para que Hasan seja atendido no programa de Proteção de Defensores de Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos, mas também ainda não houve retorno.
Hasan chegou ao Brasil no dia 13 de novembro junto com o grupo de 32 pessoas, entre brasileiros e familiares, que foram retirados da Faixa de Gaza. Atualmente, está vivendo com a família em São Paulo, mas tem evitado circular em lugares públicos com receio das hostilidades.