PF investiga ligação de milícia com candidatos às eleições municipais do Rio
Os agentes cumprem 12 mandados de busca e apreensão em residências, comitês de campanhas e empresas ligadas aos envolvidos
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (12) a Operação Sólon, que investiga a prática de formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro ligados a crimes eleitorais na cidade do Rio de Janeiro.
Os agentes cumprem 12 mandados de busca e apreensão em residências, comitês de campanhas e empresas ligadas aos envolvidos. Foram apreendidos dinheiro em espécie, notebooks e celulares.
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A corporação identificou que integrantes de uma das maiores milícias do Rio estariam almejando cargos no Legislativo e no Executivo nas eleições de 2020, “para retomar o poder que possuíam na zona oeste do município”, segundo a PF.
O ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho, e o ex-deputado estadual e irmão de Jerominho, Natalino, são alguns dos alvo da operação. Eles já foram detidos em 2007, condenados e presos por quase 11 anos acusados de chefiar uma das maiores milícias da capital fluminense, com reduto em Campo Grande, na zona oeste.
Jerominho chegou a anunciar que concorreria à prefeitura do Rio de Janeiro, mas desistiu em julho alegando problemas de saúde.
Por meio da análise de Relatórios de Inteligência Financeira (Rifs), também foram observadas “movimentações financeiras atípicas nas empresas ligadas aos investigados”. Esse dinheiro provavelmente seria destinado aos gastos de campanhas eleitorais, informou a Polícia Federal.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e outros ligados a crimes eleitorais.
Em razão da lei que proíbe o cumprimento de mandados de prisão contra candidatos faltando menos de 15 dias para as eleições – e de eleitores a menos de 5 dias do pleito –, não há realização de prisões na ação desta quinta.
(Com informações de Thayana Araújo e Paula Martini, da CNN, no Rio de Janeiro, e Giovanna Bronze, da CNN, em São Paulo)