PF faz operação contra rede de pornografia infantil internacional
A ação é da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos, criada este ano, com apoio da Interpol; PF também faz ação em Goiás
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (2) uma operação para reprimir a posse, disponibilização e publicação de fotografias e vídeos com cenas de sexo explícito ou pornografia envolvendo crianças e adolescentes.
As investigações foram iniciadas a partir de informações encaminhadas pela Interpol, apontando que brasileiros estariam compartilhando conteúdos criminosos por meio de um aplicativo de rede social. A quantidade de brasileiros investigados não foi divulgada.
Segundo a PF, um dos investigados tem uma condenação anterior, pela Justiça Comum do Distrito Federal, pela prática dos mesmos crimes.
A PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa dele, em Brasília. Os policiais apreenderam aparelhos eletrônicos.
Se for condenado, a pena pelas condutas, agora apuradas, totaliza dez anos de prisão e multa. E caso comprovada a produção do conteúdo de pedofilia e estupro de vulnerável, a pena sobe para 25 anos de prisão.
Websegura
Em outra operação, em Goiás, a PF deflagrou a operação Web Segura para combater a aquisição, o armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil na internet.
Policiais federais cumpriram dois mandados de busca e apreensão nas casas dos investigados, nas cidades de Turvelândia (GO) e Paranaiguara (GO).
Segundo as investigações, a PF constatou que os alvos da operação teriam adquirido e armazenado material contendo cenas de exploração sexual infantil. Um dos investigados ainda responde processo pela prática de violência doméstica, segundo a PF, em nota.
A ação hoje desencadeada quer aprofundar as investigações, obtendo elementos probatórios além dos já reunidos no inquérito policial, como materiais de pornografia infantil armazenados em dispositivos eletrônicos, e informações e dados que demonstrem o envolvimento de outras pessoas nos crimes.
Repressão ao crime
A ação do DF é da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) da Superintendência da PF no Distrito Federal. Este ano, a PF criou esse gênero de delegacia em todos os estados do Brasil, conforme divulgou a CNN em março.
À época, em entrevista à CNN, o diretor de Repressão aos Crimes Cibernéticos da PF, delegado Otávio Margonari Russo, e a coordenadora-geral de combate ao crime cibernético, Cassiana Saad de Carvalho, explicaram que existem projetos em andamento para criar novas tecnologias no combate a crimes sexuais infantis e também fraudes bancárias.
A diretoria Dciber foi criada este ano, na nova gestão da PF. Antes, era uma divisão e não tinha toda a estrutura e aporte de agora. “Isso é um recado de que essa gestão tem como prioridade, de fato, o combate a esse tipo de crime”, disse Russo.
São três coordenações dentro da diretoria: crimes de altas tecnologias, como ataques a órgãos públicos; fraudes bancárias; e, terceira, os crimes sexuais contra crianças e adolescentes na internet.