PF faz operação contra grupo suspeito de desviar recursos para combate à Covid
Segundo as investigações, quadrilha teria obtido mais de R$ 2 milhões com o superfaturamento de testes para detecção do coronavírus
A Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira (25) 18 mandados de busca e apreensão e 12 de medidas cautelares em Salvador (BA) e em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano. A ação também foi feita nas cidades mineiras de Belo Horizonte e Nova Lima. A operação, que recebeu o nome de Dropout, apura o desvio de recursos públicos no âmbito da Secretaria de Saúde de Vitória da Conquista no combate e prevenção dos efeitos da pandemia da Covid-19.
Segundo a PF, o grupo criminoso teria atuado em 2020, durante a pandemia da Covid-19, por meio de superfaturamentos em processos de licitações para aquisição de testes para detecção do coronavírus. Juntos, eles teriam obtido pouco mais de R$ 2 milhões, gerando ao município um prejuízo de pelo menos R$ 677,9 mil.
A polícia informou que a denúncia foi apresentada em 2022 pela Procuradoria de Vitória da Conquista, quando tomou conhecimento da possível fraude.
Foram bloqueados cerca de R$ 2 milhões das contas e bens dos principais investigados, que não tiveram os nomes informados. Os delitos apurados na operação são organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude licitatória, peculato e destruição de documento público, cujas penas máximas podem somar mais de 40 anos de prisão.
A PF explica que as propostas licitatórias eram para a aquisição de testes de detecção do coronavírus. Foram usados artifícios para que a empresa vencedora, que tem sede em Salvador, ganhasse os dois processos licitatórios, mesmo com propostas superfaturadas.
Ainda conforme a PF, documentos com valores menores para aquisição de testes pelo método de imunocromatografia foram rejeitadas com o argumento de que não atendiam à metodologia pretendida.
Assim, acrescenta a corporação, a Secretaria de Saúde de Vitória da Conquista comprava os testes da empresa vencedora, que vinham de uma segunda empresa, de Belo Horizonte. Na época, a sócia da empresa mineira tinha parentesco próximo com a diretora de Vigilância em Saúde de Vitória da Conquista.