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    PF faz operação contra desmatamento na Amazônia

    Segundo a Polícia Federal, quadrilha seria responsável pelo maior desmatamento já registrado no bioma

    Carolina Figueiredoda CNN , Em São Paulo

    A Polícia Federal no Pará deflagrou na manhã desta quarta-feira (6) a operação Retomada II, que visa desarticular uma organização criminosa apontada como responsável pelo maior desmatamento já registrado no bioma amazônico.

    Segundo estimativa dos investigadores, cerca de 22 mil hectares foram desmatados pelos grileiros na região de Santarém, no Pará, e boa parte dessa terra era usada para a criação de gado.

    Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão nos estados do Pará e Mato Grosso. Entre os alvos estão engenheiros, empresários e servidores públicos do governo do Pará.

    De acordo com a PF, eles fazem parte de uma organização criminosa junto a uma família de agropecuaristas. Duas empresas de regularização fundiária também foram alvos, além do escritório de uma advogada que teria acesso privilegiado a autuações e embargos realizados por uma autarquia ambiental federal.

    As investigações identificaram que as empresas, por meio de seus sócios e funcionários, teriam fraudado cadastros de áreas públicas da União por meio da inserção de dados falsos em sistemas e falsificação de documentos. A Polícia Federal aponta que os funcionários atuavam também no planejamento e acompanhamento em tempo real do desmatamento.

    A advogada citada, que é um dos alvos, também é investigada por, supostamente, negociar o pagamento de propina a servidores públicos estaduais que teriam flagrado o desmatamento ilegal.

    Na decisão que autoriza a operação, a Justiça Federal do Pará decretou o sequestro de aproximadamente R$ 116 milhões e de nove imóveis do grupo. Além disso, ficou determinado o afastamento das funções dos servidores públicos e da advogada.

    Em agosto deste ano a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da Operação Retomada. Na ocasião, a PF prendeu o empresário Bruno Heller, apontado como “o maior devastador do bioma amazônico”. Também foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nos municípios de Novo Progresso, no Pará, e em Sinop, no Mato Grosso. Houve ainda o sequestro de veículos e de cerca de 20 imóveis, sendo 11 deles fazendas, além da apreensão de 10 mil cabeças de gado.

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