PF desarticula quadrilha que enviava drogas para a América Central
Operação "TUUP" cumpre seis mandados de prisão preventiva, sete de prisão temporária e 14 mandados de busca e apreensão
A Polícia Federal realiza, nesta quinta-feira (31), uma operação para desarticular uma organização criminosa que enviava drogas por aviões comprados e adaptados no Brasil para países da América Central.
A operação “TUUP” cumpre seis mandados de prisão preventiva, sete de prisão temporária e 14 mandados de busca e apreensão, e ainda, mandados de sequestro de bem imóvel, nos estados do Tocantins, Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Amapá, Santa Catarina e Ceará, expedidos pela Justiça Federal.
Segundo a PF, o grupo modificou três aeronaves em um aeródromo particular do município de Nova Ubiratã (MT), que pertence a um dos acusados de chefiar a quadrilha, que está sendo investigado por ter permitido o uso do local e de ter ajudado em três ações criminosas.
As alterações nas aeronaves permitiam carregar de 400 a 800 quilos de cocaína. A droga seguia por aviões para países como Guatemala e Belize na América Central, tendo em comum a incineração dos aparelhos após a entrega do material.
As investigações mostraram que o primeiro voo com 735 quilos de cocaína ocorreu em agosto de 2020, com destino a Guatemala.
Lá, a droga foi apreendida e o avião, que pousou numa pista clandestina, foi encontrado queimado dois dias após ter saído do Brasil, segundo informaram as autoridades policiais e ministério publico daquele país.
Outras aeronaves usadas para transportar drogas, também foram apreendidas em Belize, em outubro e dezembro de 2021, e totalmente incineradas.
- Polícia Federa cumpre mandado contra quadrilha que transportava droga para América Central / Polícia Federal
De acordo com a PF, os aviões eram registrados em nomes de laranjas, que não tinham condições financeiras, sem nenhuma relação com a atividade aeronauta. Além disso, a quadrilha usava plano de voo fraudulentos e praticava voos irregulares, o que colocava em risco a segurança aérea.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também participa das investigações com apoio técnico para auxiliar a equipe na deflagração da operação policial.
Os investigados vão responder pelos crimes de associação ao tráfico, tráfico internacional de drogas e financiamento ao tráfico, e ainda, pelo crime de atentado a segurança do transporte aéreo.
O palavra “Tuup”, é de origem Maia e indica a ação de “colocar ou atear fogo”, conduta adotada pelo grupo investigado para eliminar possíveis vestígios deixados nas aeronaves utilizadas nos transportes dos entorpecentes.