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    Pezão: ‘Saí 6 horas da manhã do Palácio e 6 horas da noite estava preso’

    Na semana em que suspeitas de corrupção estamparam manchetes do RJ, o ex-governador Luiz Fernando Pezão se defende das acusações de desvio de verbas públicas

    Paulo Franco*

    Luiz Fernando Pezão
    O ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão fala pela primeira vez a uma emissora de TV desde que deixou a prisão
    Foto: CNN Brasil

    Foi no governo de Luiz Fernando Pezão que as contas do Rio de Janeiro entraram em colapso, e o estado não conseguiu pagar nem os próprios servidores. Com a renúncia de Sérgio Cabral em 2014, Pezão assumiu o governo e, no mesmo ano, se reelegeu, ficando no cargo até o final 2018.

    O ex-governador recebeu a equipe da CNN para a primeira entrevista a uma emissora de televisão desde que deixou a prisão.

    “Eu vivi com o meu dinheiro e com a aposentadoria da minha esposa. Eu tenho tranquilidade, vão procurar o resto da vida, não vão achar porque eu não tenho!”

    Mas não é o que afirmam os Ministérios Públicos Federal e Estadual. 

    O nome de Pezão chegou a aparecer em delações premiadas da Operação Lava Jato, mas as denúncias não justificaram medidas judiciais. Em 29 de novembro de 2018, o juiz Felix Fischer atendeu a um pedido do Ministério Público Federal e mandou prender preventivamente o ex-governador. 

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    “Eu saí seis horas da manhã do Palácio e seis horas da noite, estou dentro de um presídio, em uma cela. Faltando 33 dias pra eu deixar o Governo, eu achei uma violência tremenda, sem me ouvir”, diz. Foi primeira vez na história do Rio que um governador no exercício do mandato foi parar atrás das grades.

    “Um dia na cadeia já é muito, eu fiquei um ano e doze dias. É muita coisa, eu nunca fui chamado! Nunca fui”, reclama. “Só fiquei ouvindo delatores falando de mim, quatro delatores de um mesmo grupo”, acrescenta Pezão.

    pezao
     
    Foto: CNN Brasil

    Hoje, o ex-governador é obrigado a usar tornozeleira eletrônica e voltar para casa à noite. Ele responde por corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

    Com base em depoimentos de delação premiada e documentos colhidos, os promotores apontam que Pezão recebeu R$ 39 milhões em vantagens indevidas. “Como é que eu vou esconder R$ 39 milhões se eu não conheço um doleiro?”, rebate.

    Ainda segundo a denúncia, parte do dinheiro era pago em espécie, dentro do Palácio Guanabara, sede do governo do Rio.

    “Eu tenho minha consciência tranquila. Poucos políticos no país foram investigados por quatro anos e não se achou nada. Não achou um cheque na conta da minha esposa, do meu filho… eu estou há 19 meses tentando me aposentar pelo INSS, depois de 36 anos de vida pública, é a única aposentadoria que eu vou ter. Minha mulher tem 64 anos de idade e está procurando emprego de novo pra trabalhar”, completou o ex-governador.

    Sobre as denúncias que já atingiam Cabral, até então seu aliado, Pezão lava as mãos. “Eu não ia ficar investigando a vida do Sérgio, eu não sabia, o Ministério Público do Rio não sabia, o TCE não sabia, ninguém falou nada! Nem Ministério Público Federal, ninguém falou nada do Sérgio. Eu estava trabalhando. Ele me proporcionou entregar as grandes obras”, declara.

    Apresentado por Evaristo Costa, o Séries Originais é exibido pela CNN aos domingos, às 19h. Veja qual é o canal na sua operadora.

    (Da DOC. Films, especial para a CNN Brasil)