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    Pesquisadores vão avaliar como brasileiros estão enfrentando 2º ano da pandemia

    Levantamento feito pela Fiocruz faz parte de projeto internacional que envolve outros cinco países

    Festas clandestinas
    Festas clandestinas Foto: Reprodução / CNN

    Isabelle Resende, da CNN, no Rio de Janeiro 

    Um grupo de pesquisadores está investigando como a crise sanitária e social, provocada pela pandemia de Covid-19, vem impactando a vida dos brasileiros pelo segundo ano consecutivo. O estudo faz parte de projeto internacional, do qual participam também instituições de pesquisa do Chile, Equador, México, Peru e Espanha.  

    No Brasil, o estudo é conduzido pelo Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde (Nevs) da Fundação Oswaldo Cruz, em Brasília, em parceria com o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia.  

    Para participar, basta ter mais de 18 anos, morar no Brasil e responder a um questionário online, disponível na página da instituição (www.agencia.fiocruz.br).  

    O objetivo dos pesquisadores é fazer uma análise comparativa com relação aos dados coletados entre junho e agosto de 2020, quando foi feito outro levantamento para avaliar os impactos do confinamento provocado pela pandemia na população.  

    Hoje, cerca de um ano depois, o Brasil já ultrapassou a marca de mais de 530 mil mortos pela Covid-19 e 20% da população está vacinada com as duas doses. Por isso, os pesquisadores querem descobrir como o brasileiro está vivendo esse momento e o que mudou na vida de cada um durante esse período.  

    No ano passado, cerca de 15 mil pessoas – de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal – participaram da pesquisa realizada pela Fiocruz. Mais da metade dos entrevistados relatou sentimentos de nervosismo, ansiedade e tensão, além da dificuldade para relaxar e controlar as preocupações. Muitos dos entrevistados descreveram sentir cansaço e desânimo.  

    Eles responderam a perguntas sobre contexto social, situação do confinamento, condições de saúde, percepção de risco, experiências de convivência familiar, mudanças de comportamento, situações de trabalho e impacto psicológico. 

    Dos participantes, mais de 80% disseram ter aderido ao isolamento social, mas cerca de um quarto já não estava mais em confinamento no momento da pesquisa. Para 46%, a situação de isolamento, de alguma forma, piorou sua situação de trabalho. Mais de 50% demonstraram muita preocupação de se infectar pelo novo coronavírus e um percentual ainda maior (70%) mostrou-se bastante preocupado com a infecção de algum familiar ou amigo. 

    Os participantes eram, em sua maioria, dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, mulheres, com idade em torno de 44 anos, cor branca, ensino superior ou pós-graduação, renda acima de cinco salários-mínimos e residência com características adequadas ao isolamento.  

    Com a nova investigação, a equipe coordenada pela pesquidora Jakeline Ribeiro Barbosa, pretende aprofundar a compreensão sobre as consequências da pandemia, especialmente para a população mais vulnerável, que é a mais afetada pelo isolamento social.