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    Pesquisa mostra que 35% dos brasileiros defendem sanções do Brasil à Rússia

    De acordo com levantamento do instituto Ipsos, 75% dos brasileiros estão atentos às notícias e desdobramentos da guerra da Ucrânia e 31% acham que o conflito traz riscos de desemprego no país

    Nathalie Hanna Alpaca*da CNN , Rio de Janeiro

    Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos e divulgada nesta quinta-feira (27) mostra que 35% dos brasileiros acham que o país deveria aplicar sanções econômicas à Rússia. O levantamento aponta que 75% dos brasileiros estão atentos às notícias e desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia.

    De acordo com a pesquisa, o Brasil ocupa o quinto lugar entre as pessoas que estão acompanhando as notícias da guerra, enquanto o Japão lidera o ranking com 89%. É o que mostra o levantamento que colheu, por telefone, a opinião de 19 mil entrevistados – sendo mil do Brasil – em 27 países entre os dias 25 de março a 3 de abril.

    O professor do departamento de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Maurício Santoro aponta que, historicamente, a diplomacia brasileira é contra sanções.

    “A posição histórica da diplomacia brasileira é ser contra sanções, em qualquer circunstância, e defender a busca de soluções pacíficas para esses conflitos. As sanções trazem consequências econômicas ruins para o Brasil e podem aumentar o preço internacional dos fertilizantes, dos combustíveis e de alimentos como o trigo, o que pesa no bolso dos brasileiros”, diz.

    Além disso, 64% das pessoas acham que o Brasil não deve dar apoio financeiro à Ucrânia devido à crise financeira. Esse dado ultrapassa a média global que, de acordo com o Instituto, é de 61%.

    O levantamento revela ainda que 31% dos brasileiros acham que a guerra na Ucrânia aumenta o risco de desemprego, enquanto 30% temem pela própria situação financeira. Santoro observa que os brasileiros entendem que o conflito traz prejuízos à economia.

    “Estamos vivendo agora uma guerra que acontece longe de nós, mas com a qual estamos envolvidos pelos laços da economia. Estamos vendo muita solidariedade por parte dos países da Europa, mas é mais fácil compreender o lado deles porque é o mesmo continente. O brasileiro tem medo do que a guerra pode trazer, como o desemprego. Sentimos uma fragilidade e várias turbulências globais. Penso como os nossos atuais e futuros líderes políticos vão responder a esse anseio”, ressalta o especialista.

    Quando perguntado se apoiariam o país caso proibisse a importação de gás e combustíveis da Rússia, mesmo que isso leve a um aumento nos preços, 27% dos brasileiros disseram que sim. O maior índice em relação a esse questionamento foi da Grã-Bretanha, que registrou 66%, bem acima da média global, com 40%.

    *sob supervisão de Helena Vieira

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