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    Perícia conclui que Adriano da Nóbrega morreu em troca de tiros com a polícia

    As conclusões foram tiradas após a perícia realizar uma simulação do incidente no dia 12 de julho

    Da CNN, em São Paulo

    Uma perícia realizada pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia concluiu que o miliciano Adriano da Nóbrega não foi executado e torturado, mas sim morto em troca de tiros durante ação policial. A hipótese de execução foi inicialmente levantada nas investigações. 

    Peritos afirmam que Adriano morreu com dois tiros disparados por policiais e que não houve tortura ou luta corporal. A investigação também descarta a possibilidade de que o corte na cabeça dele tenha sido causado por uma coronhada – a teoria é de que ele bateu na quina de uma mesa ao cair no chão depois de ser atingido pelos tiros.

    As conclusões foram tiradas após a perícia realizar uma simulação da cena no dia 12 de julho,  alinhada ao depoimento dos três policiais que realizaram a operação – cujos conteúdos não teriam apresentado discordâncias.

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    Foto: SSP-BA/Alberto Maraux

    A análise teria mostrado que Adriano morreu com dois tiros, um na altura da clavícula e outro na lateral do tórax, em um ação que durou pouco mais de seis minutos.

    “Através dos depoimentos de testemunhas e dos envolvidos, além dos exames do DPT, percebemos que os policiais atuaram na tentativa de efetuar a prisão e acabaram entrando em confronto, após disparos de Adriano”, afirmou o diretor do Draco, delegado Marcelo Sansão, que acrescentou que a convergência entre as declarações dos policiais e perícias ajudaram na conclusão.

    O ex-policial militar e acusado de chefiar um grupo de matadores no Rio de Janeiro foi morto em fevereiro na cidade de Esplanada, no interior da Bahia.

    Resposta do Ministério Público da Bahia

    O Ministério Público da Bahia (MP-BA) afirmou que cabe ao próprio MP tomar as decisões definitivas sobre o caso e disse que, assim que o órgão receber o inquérito, poderá solicitar outras diligências da polícia, denunciar os policiais ou promover o arquivamento.

    Nota dos advogados da família de Adriano

    “A família de Adriano Nóbrega vem manifestar perplexidade acerca das conclusões alcançadas pela Polícia Civil da Bahia.

    Ao que parece, a investigação se orientou ardedemente para confirmar uma situação exculpatória predefinida, ao não considerar a excessiva atuação desde o início da ação policial, que envolveu cerca de 77 policiais altamente preparados e fortemente armados que destruíram com ataque a bombas e rajadas de tiros a casa de Leandro, onde Adriano supostamente estaria escondido.

    Também não considerou elementos probatório requeridos pela família e deferidas pelo Poder Judiciário como, por exemplo, a requisição das gravações dos equipamentos de intercomunicação utilizados e a perícia datiloscópica para identificação das digitais existentes nos projéteis não deflagrados existentes no carregador da arma pretensamente utilizada por Adriano.

    Também não houve consideração do fato de os exames médicos legais realizados no cadáver não identificarem resquícios de pólvora nas mãos de Adriano, o que afastaria a hipótese de que que tivesse deflagrado tiros.

    Há ainda outros aspectos pouco convincentes, como a trajetória dos tiros, a existência de feridas no crânio e a lesão existente no peito de Adriano. Acredita, enfim, que o Ministério Público da Bahia avaliará os elementos com independência e poderá formar convicção diversa da constante no referido relatório”.

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