Pela primeira vez, todas regiões de SP têm menos de 80% das UTIs ocupadas
Secretário da Saúde de SP, Jean Gorinchteyn, diz que média de leitos em uso caiu para 57,8%; testes para detectar a Covid-19 passam de 3 milhões
O governo de São Paulo afirmou nesta sexta-feira (14) que, pela primeira vez desde o início da pandemia do novo coronavírus, todas as regiões do estado tem menos de 80% dos leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) ocupados.
“Não tivemos, na avaliação de hoje, nenhum tipo de regressão das regiões do estado em relação ao Plano SP e a melhor notícia é que, pela primeira vez, todas regiões têm ocupação de leitos abaixo de 80%”, disse o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) em entrevista no Palácio dos Bandeirantes.
“Esses resultados mantêm a estabilização da evolução conquista em cada uma das regiões e, se fizéssemos uma análise, 84% da população de SP estaria em áreas na fase amarela do Plano SP”, completou.
Já o secretário da Saúde de SP, Jean Gorinchteyn, ao apresentar dados detalhados sobre a situação da pandemia de Covid-19, disse que essa diminuição na ocupação de leitos de UTI é “algo de grande valia” por mostrar que a situação continua sob controle.
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Ele informou que a média de ocupação no estado é de 57,8% dos leitos de UTI – na Grande SP, este índice é de 56,4%.
Além disso, Gorinchteyn destacou o aumento de mais de 3.000% nos testes diários para detecção da doença ao comparar os números de março e julho, o que fez o estado ultrapassar a marca de 3 milhões de testes realizados.
“Atingiremos em agosto uma cifra até maior que 40 mil testes/dia. Continuaremos a ampliar o número de testes realizados pela nossa rede estadual, fazendo com que tenhamos a possibilidade, já na próxima semana, de fazer 100 testes para cada 100 mil habitantes”, disse.
Em relação os dados diários de infecções e mortes, o secretário afirmou que foram 11.667 novas infecções e 289 mortes em decorrência de Covid-19, elevando o total do estado para 686.122 casos, 26.613 mortes.
Melhora no estado
A taxa de letalidade também é de 3,9%, a mais baixa até aqui. “Já estamos no período de inflexão e saímos do platô”, afirmou Gorinchteyn.
O platô ocorre quando, geralmente após um pico, os números de infectados se estabiliza e permanece sem grandes variações por um período de tempo. De acordo com Gorinchteyn, ainda é preciso acompanhar a evolução dos dados, mas os números registrados até aqui indicam uma mudança positiva para o estado.
“Ainda estamos observando e é cedo para nos anteciparmos, mas é uma grande possibilidade e a luz no fim do túnel que estamos enxergando nas próximas semanas.”
O prefeito Bruno Covas (PSDB) participou da entrevista coletiva e destacou que a capital paulista já registra dez semanas de queda nos óbitos e menos da metade dos leitos de UTI ocupados por três dias consecutivos. A melhora significa uma evolução de 48 pedidos diários de internação vistos em maio para 29, neste mês.
“O governo de São Paulo conseguiu achatar a curva de mortes, entramos no platô e agora estamos na tendência de queda”, afirmou Covas, acrescentando: “Apesar do momento de flexibilização, permanecemos em quarentena. Quem puder, permaneça em casa. E, se for sair, utilize a máscara.”
Em números brutos, o pico de mortes relacionadas à covid-19 na capital veio em 2 de junho, quando foram registrados 129 vítimas fatais da doença. Entretanto, a alta da média móvel, que considera os dados dos últimos sete dias, foi observada na semana de 22 de maio, a partir de quando começou a apresentar queda no gráfico.
Sabesp
Garcia também infirmou que a Sabesp vai prorrogar até o dia 15 de setembro a suspensão na cobrança de tarifa e no corte no abastecimento para 2,5 milhões de consumidores de baixa renda.
“A Sabesp prorroga por mais um mês, portanto até 15 de setembro, a suspensão da cobrança e do corte no fornecimento de água para 2,5 milhões de famílias no estado de São Paulo”, disse o vice-governador de SP.
“Essa é uma das medidas adotadas pelo governo do Estado para conter os impactos econômicos na crise do coronavírus e ela está em vigência desde abril deste ano. Com isso, 2,5 milhões de consumidores das camadas mais pobres do estado de São Paulo que de alguma maneira tiveram sua renda afetada e já estavam sendo contemplados desde o início da pandemia passam agora a contar com esse benefício por mais 30 dias”, acrescentou.
(Com informações de Henrique Andrade, da CNN, em São Paulo, e do Estadão Conteúdo)