Parques eólicos e solares próximos à linha afetada podem ter provocado apagão, dizem fontes
Usinas estão localizadas ao redor da linha Quixadá-Fortaleza II, cujo desligamento representou o início dos problemas
Dificuldades no controle da tensão de usinas eólicas e solares podem ter sido uma das causas do mais recente apagão que afetou o país, dizem fontes que participaram da última reunião do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Essas usinas estão localizadas ao redor da linha Quixadá-Fortaleza II, cujo desligamento representou o início dos problemas.
Apagão afetou o Brasil em agosto
[cnn_galeria active=”false” id_galeria=”2734239″ title_galeria=”Apagão no Brasil 15/08″/]
Na reunião, realizada na última sexta-feira, o ONS apresentou um slide com todos os parques de geração de energia eólica e solar do Nordeste.
A CNN teve acesso a esse slide (veja abaixo). No total, o subsistema do Nordeste tem 23 gigawatts de energia eólica e 5 gigawatts de energia solar.
No Ceará e no Rio Grande do Norte, uma série de usinas eólicas e solares chegam a uma capacidade de 3 e 8,6 gigawats, respectivamente.
Boa parte desses geradores despacha energia para a linha de Quixadá-Fortaleza II, que depois segue para a região de Milagres, e é “exportada” para o Sudeste/Sul do país.
Em comunicado após a reunião, o ONS informou que “foram encontrados sinais de que as fontes de geração próximas à linha de transmissão não apresentaram o desempenho esperado no que diz respeito ao controle de tensão”.
A autarquia informou ainda que “o problema identificado não tem relação direta com o tipo de fonte geradora”.
Fontes do setor elétrico, no entanto, dizem que essa região próxima ao ponto central do apagão, ou seja, a linha de transmissão afetada, praticamente não tem energia hidráulica e poucas usinas térmicas. Por outro lado, é a grande produtora de energia eólica e solar do país.
As autoridades vêm relutando em admitir que o apagão pode ter sido gerado por um desequilíbrio na oferta de energia hidráulica, solar e eólica devido aos importantes subsídios concedidos às energias renováveis, particularmente na região Nordeste.
Desde o “day after” do apagão, o ONS, por precaução, reduziu os limites de segurança e a quantidade de energia eólica e solar no sistema elétrico brasileiro.