Festival de Parintins: evento deve movimentar R$ 160 milhões na economia
Galpões dos bois-bumbás impulsionam geração de emprego e renda na ilha
A 57ª edição do Festival de Parintins, que acontece de 28 a 30 de junho de 2024 na Ilha Tupinambarana (a 369 km de Manaus), deve movimentar neste ano R$ 160 milhões na economia, segundo estimativas do Governo do Estado. A projeção também prevê a geração de 2,4 mil empregos diretos e 24 mil indiretos.
Somente nos galpões, os bois Caprichoso e Garantido, juntos, geram aproximadamente 5 mil empregos diretos. São artesãos, costureiras, pintores, soldadores e muitos outros profissionais envolvidos que dependem dessa temporada para investir em melhorias em suas vidas.
Caprichoso
No galpão do Boi Caprichoso, cerca de 750 pessoas trabalham diretamente na produção dos módulos alegóricos, indumentárias, adereços e outras atividades, como segurança e serviços gerais dentro dos galpões do Touro Negro.
A aderecista Ayra Silva conta que a época do festival é a mais aguardada do ano. De acordo com ela, embora tenha outros ofícios, a renda do evento é importante.
“O festival em si, é muito importante, ele ajuda de um modo completo, desde o vendedor de água, churrasquinho, até aquele que vende o prato mais sofisticado”, disse Ayra.
De acordo com Ericky Nakanome, presidente do Conselho de Arte do Caprichoso, a cada ano, os galpões dos bois reafirmam o papel como espaços que fortalecem a economia local.
“É uma movimentação [econômica] importante, que vem desde fevereiro, mas que no decorrer de junho cresce, fazendo com que tenha um momento em que estamos atrás de pessoas com determinados serviços, e não tem, porque está todo mundo empregado, graças a Deus, nos dois bumbás”, enfatizou Ericky.
Garantido
No galpão do Boi Garantido estão 590 trabalhadores, divididos entre kaçauerés (trabalhadores responsáveis pelo transporte das alegorias), costureiras, artesãos e artistas. De acordo com a coordenadora do setor de costureiras, Lucivone Santos, o festival tem sido essencial para complementar a renda.
“É um período que a gente aproveita para ganhar aquele dinheirinho e ter aquela renda maior. Usamos para construir nossa casa, porque meu marido é artista aqui também. Acabando, tenho meu ateliê e meus clientes e vou trabalhando de casa”, destacou Lucivone.
Uma das costureiras da equipe de Lucivone é a Auxiliadora Teixeira, mãe solo de quatro filhos, que tem como sustento da família a atividade de costura. É durante o período do Festival de Parintins que ela aproveita para fazer reserva financeira.
“Eu trabalho todos os anos aqui e sou conhecida pelo meu trabalho. Eu tenho um ateliê e sou pai e mãe, tenho quatro filhos e é daqui que eu tiro meu trabalho e renda”, disse a costureira.
Este ano, o investimento do Governo do Amazonas no Festival é de R$ 8 milhões, sendo R$ 4 milhões para cada bumbá, além dos patrocínios privados aos bois, que devem chegar a R$ 15 milhões. Somente a Coca-Cola vai repassar R$ 2,5 milhões em 2024, sendo R$ 1,25 milhão para cada boi.