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    Pará lançará 1ª concessão de restauro florestal para iniciativa privada, diz governador à CNN

    Helder Barbalho disse à CNN que investimento será remunerado "a partir da captura de carbono, manejo das áreas e do uso da biodiversidade no território"

    Américo Martinsda CNN

    em Londres

    O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), disse à CNN que o estado vai lançar até o fim do ano o primeiro edital de concessão de restauro florestal para a iniciativa privada.

    A área a ser concedida tem 20 mil hectares e fica na cidade de São Félix do Xingu, no sudeste do estado. A escolha do local é simbólica, porque, segundo o próprio Barbalho, trata-se da cidade que mais emitiu gases de efeito estufa na Amazônia nos últimos anos.

    “O estado do Pará estará fazendo a primeira concessão pública de regeneração para recuperar áreas que já foram floresta, que foram destruídas e que podem ser recuperadas. Assim, nós asseguramos, por um lado, a preservação da floresta, e, por outro lado, a recuperação das áreas que podem voltar a ter o seu estoque florestal”, disse o governador em entrevista exclusiva à CNN.

    Segundo o governador, o edital de concessão está em fase final de elaboração, mas deve incluir o uso da área pela iniciativa privada por cerca de 30 anos e uma lista de todas as espécies de plantas e árvores que terão que ser recompostas.

    A empresa ou consórcio que conseguir a concessão terá que pagar taxas ao governo do estado para o uso da área. O retorno do investimento, segundo Barbalho, virá “da captura do carbono, do manejo destas áreas e do uso da biodiversidade neste território”.

    Além do envolvimento da iniciativa privada no projeto, o Pará vai lançar também, durante a COP 28, em Dubai, o seu Plano Público de Restauro de Florestas – que vai envolver investimentos diretos do estado na recuperação de áreas degradadas.

    Segundo o governador, as duas iniciativas de restauro e a recente diminuição do desmatamento (que caiu cerca de 70% em agosto deste ano, em relação ao ano passado) ajudariam a transformar o Pará num “grande exemplo de que é possível fazer esta transição cuidando das pessoas, cuidando do meio ambiente e garantindo que nós possamos ser um bom exemplo para o Sul Global, para o Norte Global para todo o planeta”.

    COP 30

    Barbalho esteve em Nova York durante a Assembleia-Geral da ONU e participou de várias reuniões com autoridades globais e investidores privados num evento chamado de “Climate Week NYC”.

    O Brasil em geral e o estado do Pará, em particular, atraíram muita atenção nos eventos não só pelas questões envolvendo a Amazônia, mas também pelo fato de que Belém vai sediar a Cúpula Mundial do Clima, a COP 30, em 2025.

    Segundo Barbalho, os atores envolvidos nas discussões climáticas estão muito atentos ao estado do Pará por conta disso.

    “Todos estão olhando para nós de maneira muito importante e de forma singular. E todos compreendem que nós podemos ser o grande exemplo de transição. De um estado que ao longo da história representou o maior nível de desmatamento da floresta amazônica, o maior nível de emissões de gases de efeito estufa à atmosfera, e que está fazendo a transição contendo desmatamento e combatendo ilegalidade”, disse ele.

    Segundo o governador, as autoridades do estado já estão trabalhando em parceria com os organizadores da COP 28, em Dubai, para organizar a continuidade das iniciativas entre as duas cúpulas.

    Além disso, Belém terá um espaço importante dentro do estande do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal.

    “Belém terá um momento especial de apresentação da cidade para que as pessoas possam conhecer a nossa cultura, conhecer a cidade, conhecer a nossa gastronomia e possam, já, iniciar um processo de ambiência com a capital da Amazônia”, disse ele.

    Vídeo — Fundo Amazônia já desembolsou R$ 1,5 bi para proteção da floresta