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    ‘Pantanal levará décadas para se recuperar’, diz diretor de associação

    Segundo Bernardo Strassburg, do Instituto Internacional para a Sustentabilidade (IIS), bioma perdeu muito com as queimadas

    *Da CNN

    O professor da PUC-Rio e diretor executivo da associação civil sem fins lucrativos Instituto Internacional para a Sustentabilidade (IIS), Bernardo Strassburg, afirmou à CNN, nesta quinta-feira (15), que muito do Pantanal foi perdido em pouco tempo e isso afeta a velocidade do avanço das mudanças climáticas.

    “A gente perdeu uma parcela muito significativa do Pantanal em um curto espaço de tempo. Desenvolvemos um estudo que identifica que as áreas alagadas do Pantanal – a maior do mundo – são ainda mais importantes tanto para o combate às mudanças climáticas quanto para o combate à extinção das espécies”, disse.

    Segundo ele, a recuperação do bioma “vai depender muito do nível de degradação e destruição que foi deixado após as queimadas”, mas pode levar décadas.

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    Foto: Araquém Alcântara/Arquivo Pessoal

    “Se ainda tiver natureza em bom estado por perto é bem provável que ainda consiga recuperar. Agora, se tiver atingido uma área bem grande, intervenções humanas mais ativas terão que ser feitas”, considerou, acrescentando que, no geral, o bioma deve “levar algumas décadas, pelo menos, para retomar a biodiversidade”.

    “O estoque de biomassa, que está queimando, leva ainda mais tempo para retornar, mas é fundamental para o combate às mudanças climáticas e para evitar novas queimadas no futuro”, completou Strassburg. “O Pantanal é simbólico globalmente e fundamental para as mudanças climáticas”, concluiu.

    Até essa quarta-feira (14), 20.795 focos de queimadas foram registrados no Pantanal. Apenas no mês, foram 2.536 – número maior do que os 2.430 pontos de calor detectados em outubro inteiro de 2019.

    Os dados são disponibilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e mostram os focos de calor detectados pelos satélites da organização diariamente.

    Quando comparado com os primeiros 14 dias de outubro de 2019, quando o bioma teve 388 focos de incêndio, o aumento em 2020 é de mais de 553,6%.

    (*Com informações de Giovanna Bronze, da CNN, em São Paulo)

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