Chuva ajuda a controlar incêndios no Pantanal, mas riscos continuam
Dércio Santos da Silva disse chuvas ajudaram, mas não se pode afirmar que a situação está totalemente controlada no Pantanal
Tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso e coordenador geral do Comitê Temporário Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman/MT), Dércio Santos da Silva disse à CNN, nesta segunda-feira (21), que a chuva na região Sul do estado do MT “ajudou a diminuir e até extinguir as chamas” que destroem o Pantanal, mas que não se pode afirmar que a situação está totalmente controlada no bioma.
“Hoje já se tem um certo controle [nos incêndios], mas o que quero atestar aqui é que o Pantanal é extenso e tem características de difícil combate, por causa dos acessos e 14 anos sem grandes incêndios na região, então o que não se pode dizer que está tudo controlado porque a chuva chegou”, informou.
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Segundo ele, “essa mudança climática é de leve a moderada”, “o risco de incêndio no estado permanece” e as equipes seguem trabalhando.
“Temos 173 agentes e aeronaves de combate a incêndio. O estado é muito grande também, e temos outras ações estratégicas e mais de 40 equipes em campo trabalhando”, acrescentou.
Silva disse que considerar que, com esse cenário, o Pantanal tem um “cenário de tranquilidade entre aspas”. “Isso porque essa massa de ar seco não saiu do Centro da América do Sul. Temos incidência de chuva, mas é leve. Ela pode diminuir a umidade do ar, mas fica variando – e até 30% de umidade relativa do ar propicia o acometimento dos incêndios florestais”, acrescentou.
A quantidade de focos de incêndio no bioma em 2020 é a maior desde que a taxa começou a ser monitorada, em 1998. De acordo com o registro do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), 18,6% do território já queimou. A área incendiada é equivalente a 3 milhões estádios do Maracanã, por exemplo.
Em entrevista à CNN na última semana, o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), atribuiu o aumento nos focos de incêndio à estiagem prolongada.
No entanto, especialistas acreditam que o fogo tenha origem humana, uma vez que não há tempestades que causem descargas elétricas ou raios que possam desencadear os incêndios na vegetação seca.
(Edição de texto: Luiz Raatz)